Vergne vê Singapura e Miami como opções e se diz contra pistas permanentes na Fórmula E

Bicampeão e com experiência na Fórmula E, Jean-Èric Vergne quer manter o DNA com a presença de pistas de rua no calendário. Por outro lado, francês admitiu que evolução do Gen3 vai impossibilitar traçados muito estreitos e sugeriu circuitos da F1

A chegada do carro Gen3 trouxe diversas mudanças à Fórmula E, que viu uma das melhores temporadas de sua história em 2022/23, ainda no primeiro ano dos novos monopostos na categoria. Por outro lado, ter carros cada vez mais velozes eleva o nível de dificuldade dos conhecidos traçados apertados de rua, tão característicos desde a fundação da modalidade.

A saída da pista de Roma do calendário de 2023/24, inclusive, é um reflexo direto do acidente iniciado por Sam Bird e que coletou vários outros carros na última edição. Algo precisava ser feito, mas Jean-Èric Vergne é contra a ida da Fórmula E para circuitos permanentes. Segundo o francês, correr nas ruas dos centros urbanos é justamente a "marca" da categoria.

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"Para mim, os circuitos de rua são o DNA da Fórmula E, e agora estamos indo a alguns circuitos da Fórmula 1 e outros, como Valência", disse. "Não sei o que faremos na Itália [após a saída de Roma], talvez a gente vá a Misano, outra pista permanente", elencou.

"Gosto da história original da Fórmula E, nós nos conectamos com os fãs dos centros urbanos para promover o uso de carros elétricos", apontou.

Vergne conquistou a única vitória da DS Penske na Fórmula E 2022/23 (Foto: Fórmula E)

Por outro lado, o piloto da DS Penske admitiu que o avanço tecnológico da categoria vai dificultar, cada vez mais, a estadia em pistas muito apertadas — principalmente por motivos de segurança. Assim, Vergne vê a Fórmula E caminhando em direção a circuitos de rua como Singapura e Miami, presentes no atual calendário da Fórmula 1.

"Gosto de pistas apertadas e complicadas, mas, por outro lado, se o Gen3 for 5s mais rápido e o Gen4 for outros 3s ou 4s, alguns circuitos se tornarão pequenos", admitiu. "E fico feliz com a evolução do carro, mas temos de ir a circuitos mais normais ou de rua, como Singapura, Miami e Las Vegas, como vemos na Fórmula 1", avaliou.

Único bicampeão da história da categoria e participante de todas as corridas da Fórmula E desde a terceira, o eP de Punta del Este, Vergne fez um pequeno balanço da trajetória da categoria e se mostrou positivo.

Apesar de admitir que gostaria de fazer algumas mudanças, o francês celebrou a filosofia da Fórmula E, de fortalecer a imagem da eletrificação, e se disse feliz por poder fazer parte deste processo.

Vergne quer manutenção de pistas urbanas na Fórmula E (Foto: Fórmula E)

"Quando cheguei na Fórmula E, havia uma alta chance de sucesso, mas também de fracasso", afirmou. "Qualquer organização que chegue a dez anos possui sucesso. Estou orgulhoso da categoria, estamos aqui há dez anos e há várias marcas no grid, estamos indo a várias cidades", destacou.

"Mudaria algumas coisas, mas, o mais importante é que depois de dez anos, ainda somos fortes. Há 12 anos, parecia maluco ter um campeonato 100% elétrico, e ainda estamos aqui. Ser parte da imagem global do esporte a motor mundial é uma conquista", finalizou.

Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, com o GP da Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez, para a 19ª etapa da temporada 2023.

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