Pourchaire ressalta consistência na F2, mas confessa: "Sinto falta da sensação de vencer"

Com 39 pontos em jogo num único final de semana — duas corridas e mais tentos extras para voltas mais rápidas —, vencer pode ser um bônus na briga pelo título da Fórmula 2, e Théo Pourchaire tem provado na prática que "se você quer ser campeão, tem de ser consistente". Essa frase, aliás, foi usada pelo próprio piloto, embora admita que "sente falta da sensação de vencer".

A última vitória de Pourchaire na temporada 2023 foi no Bahrein, na corrida principal. Foi a primeira etapa do ano, ou seja, o piloto da ART subiu ao degrau mais alto apenas uma vez no campeonato atual, no entanto, a liderança com 25 pontos de folga para o principal rival, Frederik Vesti, se explica pela regularidade: Pourchaire só zerou uma rodada, na Holanda. Em contrapartida, já são nove pódios, a maioria nas corridas realizadas aos domingos, mais valiosas.

O GRANDE PRÊMIO conversou com exclusividade com o postulante ao título durante a passagem da F1 por Austin, há duas semanas, e perguntou se após três temporadas, a experiência o fez compreender como se 'joga o jogo' da F2. De fato, Pourchaire concordou que "o mais importante é ser consistente", mas o GP também quis saber se o francês se cobra por ter vencido apenas uma vez no ano.

O representante da ART concordou que se trata "de um fato", mas lembrou de oportunidades em que esteve muito perto de ser o primeiro a receber a bandeirada. "Só venci uma vez este ano, mas acho que tive muito azar algumas vezes por estar muito perto da vitória em algumas corridas."

"Em Mônaco, nos treinos livres, tive um problema no carro, e cheguei à classificação com muito menos voltas do que todos para tentar meu melhor, mas fui segundo na classificação — segundo do meu grupo e terceiro no geral. E Mônaco é um lugar onde você não ultrapassa, então perdemos uma oportunidade aí", avaliou Pourchaire, citando também o fim de semana em Spa-Francorchamps.

"Eu liderava a corrida, estava muito forte, mas houve um safety-car no final… e lembro que Jack Doohan estava na estratégia oposta, então ele teve, sem dúvida, muita sorte naquela corrida. Então, acho que estivemos muito perto de vencer umas duas ou três vezes e merecíamos vencer. Mas não estou preocupado com isso. Estou dando o meu melhor, e se não conseguir vencer por algum motivo, tento buscar o melhor resultado possível", salientou.

A título de comparação, Théo venceu três corridas em 2022 e, mesmo assim, perdeu para Drugovich com uma rodada de antecedência. A questão é que foram apenas outros quatro pódios. "Em comparação com o ano passado, estou mais frequente no top-3 da classificação, no top-3 das corridas, nas corridas principais, especialmente, o que é muito importante na F2. Então é um grande passo adiante, isso é o mais importante. Se você quer ser campeão, tem de ser consistente. O resto realmente não importa. O mais importante é ser consistente", frisou o membro da academia da Sauber.

O GP, então, perguntou se Pourchaire considerava que as vitórias poderiam mudar a forma como um piloto é visto ou realmente se tratava de algo irrelevante para a F2. Ele recordou que mesmo tendo vencido mais em 2022, terminou com o vice, e continuou:

"Este ano está sendo muito melhor com apenas uma vitória. Espero poder vencer outra corrida em Abu Dhabi, estou realmente ansioso para fechar o ano em alta lá. Quero, lógico, ganhar o título, mas também mostrar a todos que fui o mais rápido nesta temporada e mereço esta posição. Toda vez que estou no carro, faço o meu melhor, tento aproveitar. A minha última vitória da vida foi no Bahrein, e sinto falta desse sentimento", admitiu.

O desfecho da temporada 2023 da Fórmula 2 será em Abu Dhabi, entre os dias 24 e 26 de novembro. A etapa também marca o encerramento do campeonato da F1. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!