Correa acusa FIA de prestar "zero suporte" após acidente que matou Hubert na F2

De volta ao grid da Fórmula 2 quatro anos após o acidente que matou Anthoine Hubert, Juan Manuel Correa agradeceu o apoio que recebeu dos amigos e familiares, uma vez que "não houve o sistema de apoio que deveria existir" por parte da entidade que gere o automobilismo

Há quase quatro anos, Juan Manuel Correa se viu diante do momento mais traumático de sua carreira no automobilismo. Foi o carro do piloto nascido no Equador que se chocou contra o de Anthoine Hubert na corrida principal da etapa da Bélgica na temporada 2019 da Fórmula 2, a 218 km/h entre a Eau Rouge e a Raidillon, ainda na segunda volta. Com o impacto, o jovem francês de 22 anos não resistiu e morreu, enquanto Correa chegou a ser posto em coma induzido.

Hoje, Juan está de volta ao grid da F2 pela Van Amersfoort, mas não esconde que ainda há mágoas com a falta de suporte da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na ocasião do trágico acidente. O piloto naturalizado americano ainda fraturou as duas pernas e os pés, além de uma pequena lesão na coluna.

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Correa com Alex Albon no hospital, um mês após acidente em Spa: mágoa com a FIA ainda existe (Foto: Reprodução)

"Eu fiquei sozinho", disse em entrevista ao podcast Track Limits. "Tive minha família, meus amigos, minha equipe, mas houve zero suporte da FIA. Isso foi muito ruim, para ser franco, foi triste, muito triste. Quase que me senti meio que usado, no sentido de que, quando você está dando um bom show, eles estão lá e são os primeiros a se beneficiar disso", disparou.

Após o acidente, Correa chegou a culpar a entidade por negligência, dizendo que a falta de informações de quem prestou o primeiro atendimento o levou a ter uma complicação drástica no quadro de saúde quatro dias depois do impacto. A FIA, no entanto, rebateu as declarações e garantiu que houve "acompanhamento constante".

"Não quero me estender muito nisso, porque há um conflito de interesses e estou correndo lá novamente, mas houve um pouco desse sentimento, e eu só posso dizer que tive muita, muita sorte em as pessoas que tive, internamente, me ajudando porque não houve o sistema de apoio que deveria haver", continuou o piloto de 23 anos.

"Acho que eles entenderam poucas coisas desde o meu acidente, tive algumas conversas com eles a respeito. Às vezes não é fácil mudar uma grande organização. Há muitas coisas acontecendo. O que direi a você é que se alguém sofrer o mesmo acidente amanhã, eu estarei lá para eles como ninguém esteve para mim, porque sei que precisam e o que está faltando", finalizou.