Doohan vence corrida 2 da F2 na Hungria de ponta a ponta. Fittipaldi completa em 8º

Jack Doohan fez, como diz o ditado, barba, cabelo e bigode na Hungria: vitória de ponta a ponta, com direito a volta mais rápida. Frederik Vesti e Victor Martins completaram o pódio

Jack Doohan enfim venceu na temporada 2023 da Fórmula 2, e foi, como diz o ditado, com barba, cabelo e bigode. O australiano dominou de ponta a ponta a corrida 2 da Hungria, realizada neste domingo (23), e ainda garantiu o ponto da volta mais rápida. Frederik Vesti e Victor Martins completaram o pódio.

A corrida seguiu mais ou menos o roteiro visto tanto na sprint quanto na F3, com disputas intensas e boas ultrapassagens, mesmo sendo a pista de Hungaroring mais travada. Ayumu Iwasa protagonizou os dois lances mais bonitos da corrida, primeiro sobre Théo Pourchaire e, depois de muita paciência, sobre Isack Hadjar. O piloto da DAMS apostou na estratégia alternativa ao partir com pneus mais duros que os ponteiros e cruzou a linha de chegada em quarto.

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Hadjar ficou em quinto, com Théo Pourchaire fechando logo atrás, na sexta posição. Dennis Hauger, vencedor da sprint, completou em sétimo, com Enzo Fittipaldi pontuando em oitavo. Juan Manuel Correa e Richard Verschoor completaram os dez primeiros.

A Fórmula 2 retorna já no próximo final de semana, entre os dias 28 e 30 de julho, para a disputa da rodada da Bélgica, em Spa-Francorchamps. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2023.

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Largada da corrida principal da F2 na Hungria (Foto: reprodução/F1 TV)

Confira como foi a corrida 2 da F2 na Hungria:

Depois de uma prova dominada por Hauger no sábado, os pilotos partiram para as 37 voltas da corrida principal puxados por Doohan, pela primeira vez na pole-position na temporada, com Martins ao seu lado. O líder, Vesti, e o vice-líder, Pourchaire, formavam a segunda fila e separados por apenas um ponto na classificação após a sprint, enquanto Fittipaldi saiu da 11ª posição.

Assim como na F3, os termômetros não aliviaram: 24,5°C de temperatura, com o asfalto húngaro batendo em 38,8°C e 47% de umidade relativa — mais ameno que o sábado, porém a sprint aconteceu mais próximo da tarde, antes da classificação da F1. O desgaste dos pneus ainda era uma questão, portanto as estratégias de pit-stops seriam determinantes ao longo da corrida.

Luzes apagadas, Doohan manteve a ponta, enquanto Vesti conseguiu a ultrapassagem sobre Martins na saída da curva 1 pelo lado de fora. Pourchaire, por sua vez, teve de fritar pneus para não encher a traseira do companheiro de equipe logo à sua frente. Hadjar e Iwasa vieram na sequência, mantendo as posições originais de largada, enquanto Hauger e Fittipaldi escalavam o pelotão, ganhando dois e três lugares, respectivamente.

Quem levava a pior nesse início era Oliver Bearman, com pneus médios, caindo de sétimo para nono. Juan Manuel Correa fechava o primeiro top-10 da corrida magiar.

Completamente sem ritmo no início da corrida com a borracha mais dura, o #8 da Prema começou a sofrer ataque do piloto da Van Amersfoort na briga pela nona posição. Pelo rádio, Correa reclamou de um possível exagero nos movimentos de Bearman na defesa da posição, mas o novato resistia à frente do carro #23.

Enquanto isso, Doohan abria 1s2 para Vesti, com Martins vindo a 1s4 do dinamarquês. Pourchaire e Hadjar também surgiam próximos, ao que Iwasa, em sexto, já tomava mais de 5s do francês da Hitech, mas o ritmo mais lento era explicado pela escolha dos pneus médios, ao contrário dos que estavam à sua dianteira. Na teoria, Iwasa se colocava em posição interessante, principalmente porque após 8 giros completados, começou a virar tempos mais próximos dos que estavam calçados com os compostos de faixa vermelha.

Foi também na volta 8 que aconteceu o primeiro pit-stop da corrida: Zane Maloney entrou para trocar a borracha macia pela média, e logo em seguida, Crawford e Boschung usaram da mesma estratégia.

No giro, 10, Maloney e Crawford travaram um duelo intenso pela 19ª colocação. O barbadiano buscou espaço na reta principal, mas acabou pegando parte da grama na saída dos boxes, quase perdendo o controle do carro. Crawford manteve a linha e forçou Maloney a recuar. O piloto da Carlin foi para fora da pista e questionou a atitude do colega pelo rádio. A direção de prova colocou o lance sob investigação. Voltas depois, considerou como incidente de corrida.

De tanto insistir, Maloney conseguiu passar Crawford no miolo do sinuoso circuito húngaro, numa ultrapassagem por fora que ainda rendeu toque entre os dois. Na frente, na volta 13, Hadjar era o primeiro do pelotão a efetuar sua troca, voltando à pista em 15º.

O seguinte foi Pourchaire, no giro 14, retornando à frente de Hadjar. Doohan permanecia na liderança, com Vesti, Martins e Iwasa, já em quarto, na sequência. Fittipaldi era o sexto, porém todos ainda sem a parada obrigatória.

Volta 16, Hauger entrou para efetuar a troca, permitindo a Enzo subir mais uma posição. Na pista, já com a borracha para ir até o fim, Correa emplacava voltas mais rápidas em sequência, conforme o rendimento dos pneus médios melhorava. Verschoor, o outro carro da Van Amersfoort, também andou rápido e assinalou o melhor giro no 16.

Iwasa conseguiu uma bela ultrapassagem sobre Pourchaire (Foto: reprodução/F1 TV)

Fittipaldi entrou nos boxes na volta 19, voltando em 12º, já disputando posição contra Hauger. Com os pneus ainda frios, o brasileiro não pôde fazer muito para impedir a ultrapassagem, passando em seguida a ser pressionado por Correa.

Volta 20, pit-stop para Iwasa, com ainda 17 voltas pela frente a serem completadas com os pneus macios. Bearman, que também largou com os médios, veio na sequência, assim como Arthur Leclerc e Kush Maini. Doohan, Vesti, Martins e Roman Stanek, nessa ordem, mantinham-se à frente ainda sem paradas, sendo que o piloto da Trident aparecia mais de 25s atrás do segundo terceiro colocado.

A parada de Vesti veio na volta 23, e o piloto da Prema voltou em quarto, logo à frente de Pourchaire. Martins entrou no giro seguinte, retornando à frente de Vesti, mas logo o dinamarquês tomou o posto. Pourchaire tentou o mesmo na sequência, mas ficou sem espaço e escapou da pista.

Doohan, então, parou na volta 25. O trabalho da Virtuosi foi perfeito, e o australiano não só voltou na ponta como ainda com 8s de vantagem para Vesti.

A escapada de pista de Pourchaire deixou o francês na alça de mira de Iwasa. O japonês, então, partiu para o ataque ao final da reta dos boxes numa bela manobra: pegou o lado de fora na curva 1, porém imediatamente trouxe para a linha de dentro, forçando Pourchaire a dar uma espalhada. Iwasa manteve o traçado, colocando o carro lado a lado e ganhando a preferência na perna seguinte.

29 de 37 voltas completadas, Doohan seguia firme na liderança, com 7s9 de vantagem sobre Vesti. Martins, Hadjar, Iwasa, Pourchaire, Hauger, Fittipaldi, Correa e Verschoor completavam o top-10 após as posições restabelecidas na pista. Mais dois giros, Iwasa colou de vez na traseira do carro da Hitech à sua frente, estudando o melhor ponto para a ultrapassagem que valeria o quarto lugar. E ela veio após muita paciência, a dois giros do fim.

Volte em instantes.