Renault revela que acordo para fornecimento de motor à Andretti expirou na Fórmula 1

A Andretti tinha um pré-contrato para correr com motores Renault na Fórmula 1, só que o acordo expirou em março deste ano, o que significa que terá de correr contra o tempo para achar um novo fornecedor de chassi e unidade de potência para estar no grid em 2025 caso a F1 também aprove sua entrada

A Andretti pode até ter superado o primeiro obstáculo em sua saga rumo à Fórmula 1 ao ser aprovada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mas a equipe americana pode esbarrar num importante item se for, de fato, aceita pelas demais escuderias: o motor. E se antes havia um acordo prévio com a Renault para cobrir a temporada de transição até a chegada efetiva da Cadillac, a montadora francesa revelou que o contrato não só não existe mais como também não há interesse numa renovação agora.

A reportagem é do site da revista alemã Auto Motor und Sport desta quinta-feira (12). De início, os planos da equipe chefiada por Michael Andretti era ingressar na F1 ainda sob o Pacto de Concórdia atual, que exige uma taxa de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão, na cotação atual) para o ingresso de novos times — ou seja, antes de 2025. Não é novidade, porém, que a maioria das equipes são contra a adição de uma nova, o que pode fazer o processo de revisão da FOM (Formula One Management, responsável pelos direitos comerciais da categoria) se arrastar até março de 2024.

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Bruno Famin revelou que o pré-contrato de motores com a Andretti não existe mais (Foto: Alpine)

É aí que está o problema, pois caso isso realmente aconteça, a Andretti não teria um tempo tecnicamente viável para ter dois carros no grid em 2025 por conta própria. Por ser recém-chegada, precisaria de um parceiro de chassi e um fornecedor de unidade de potência, isso porque, na melhor das hipóteses, a Cadillac só conseguiria colocar o seu próprio motor para rodar pouco antes de 2027.

Mas Andretti já estava ciente deste entrave, tanto que assinou um pré-contrato com a Renault, montadora por trás da Alpine, anos atrás. Ao site da revista inglesa Autosport, contudo, o chefe interino da equipe de Enstone, Bruno Famin, afirmou que o acordo expirou em março deste ano.

"Tínhamos um pré-contrato com a Andretti que expirou porque eles deveriam ter conseguido uma vaga na F1 antes de uma determinada data", explicou o dirigente. "Isso significa que neste momento, se quisermos fazer algo com a Andretti, será preciso negociar um contrato completo, um contrato formal. Por ora, não temos absolutamente nenhum acordo com a Andretti", salientou.

Perguntado se as negociações chegaram a recomeçar, Famin disse não há planos de isso acontecer até ficar claro que a entrada da equipe que carrega o nome de Mario Andretti será aprovada pela FOM. "Todos sabem qual é a situação. Precisamos de uma decisão da F1 antes de retomar [negociações] com a Andretti."

Sobre a parceria que já existe entre Andretti e GM e se isso impactaria em fechar um acordo de motores a curto prazo, o dirigente interino disse que os dois lados "estão na mesma linha" e seguiu: "Tínhamos pré-condições para fazer um acordo. Ainda esperamos que essas condições sejam cumpridas, mas não alteramos em nada o nosso processo."

"Não estou falando [apenas] da Andretti, mas começamos o fornecimento de peças para a temporada muito tempo antes. É claro que, dependendo da situação, há coisas que poderemos fazer e outras não. Mas, por enquanto, é até inútil falar sobre isso, porque não temos o ponto de partida", ressaltou.

Sobre a chegada de um 11º time ao grid, Famin reiterou o discurso já usado pelos demais chefes: o real valor agregado à F1. "Não temos nada contra 11 equipes se isso realmente trouxer real valor ao negócio como um todo."

"Cabe à F1, ao promotor, avaliar qual é o valor real que uma 11ª equipe pode trazer. E se avaliarem que realmente há um grande valor agregado, ficaremos felizes com isso. O que não queremos é que uma 11ª equipe dilua o valor do nosso patrimônio no campeonato. Claro que, se esse for o caso, seremos contra", garantiu.

À Auto Motor und Sport, Famin ainda salientou que, hoje, as prioridades da Alpine mudaram. "Nossa principal prioridade é desenvolver o melhor motor possível para 2026", concluiu.