Na Garagem: Hamilton vence na Hungria e abre porteira do domínio com Mercedes na F1

Lewis Hamilton venceu pela primeira vez com as cores da Mercedes, em uma pista que tanto domina, na Hungria, já na metade da temporada 2013. Era o início do casamento mais dominante da história da F1

Foi em um 28 de julho que o casamento mais vencedor da história da F1 teve seu capítulo inicial de glória. No GP da Hungria, Lewis Hamilton brilhou e triunfou pela primeira vez com as cores da Mercedes, em uma temporada 2013 dura para o time, mas que serviu de preparação para um domínio jamais visto que começaria no ano seguinte, na mudança radical do regulamento, com o início da Era Híbrida.

Para relembrarmos como foi a vitória de Hamilton no Hungaroring, é bom contextualizar tudo que rolava na F1 na época. E o que acontecia era simples: domínio completo da Red Bull, que viria a ser tetracampeã consecutiva com Sebastian Vettel semanas mais tarde. Para se ter uma ideia, o recorde de triunfos seguidos é do alemão naquele campeonato e a sequência começou exatamente depois do GP da Hungria. O que deixa o feito de Lewis e da Mercedes mais especiais.

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Abaixo de Vettel vinha Fernando Alonso, que fazia milagres com uma Ferrari já bastante abaixo do potencial. O espanhol, aliás, foi quem mais tentou, ainda que em vão, conter o ataque fatal de Vettel naqueles quatro anos. E aí vinham Lotus e Mercedes meio emboladas.

Lewis Hamilton foi vencer a primeira em 2013 só na Hungria (Foto: Mercedes)

Naquele ano, Vettel venceu simplesmente 13 das 19 corridas, com Alonso levando outras duas e Kimi Räikkönen faturando o GP da Austrália, na abertura do calendário. A Mercedes levou três, mas duas delas com Nico Rosberg, em Mônaco e na Inglaterra. O triunfo de Hamilton tardou, mas veio na Hungria, pista em que o hoje heptacampeão soma nada menos que oito troféus de primeiro lugar. Ninguém tem mais do que isso em circuito algum.

Ao fim de semana da F1 2013 em Budapeste, pois. Ainda que tivesse apenas três pódios no ano e todos com terceiros lugares, dava para dizer que a primeira vitória de Hamilton com a Mercedes estava madura. Após anos de bons resultados e até título mundial com a McLaren, o inglês ainda buscava a afirmação com a equipe alemã e a Hungria foi local ideal para tal.

Lewis vinha de duas poles seguidas, mas não havia conseguido aproveitar as chances que teve na Inglaterra e na Alemanha. Veio, então, a terceira consecutiva, no Hungaroring. Hamilton virou 1min19s388, em disputa bem apertada com Vettel e Romain Grosjean, da Lotus. A composição do grid seguia com Rosberg, Alonso, Räikkönen, Felipe Massa, Daniel Ricciardo, Sergio Pérez e Mark Webber.

Lewis Hamilton cravou a pole na Hungria (Foto: Mercedes)

A largada no domingo veio sob um calor dos mais intensos, típico do que a F1 encontra quase todo ano na Hungria. Os termômetros marcavam 35ºC quando Hamilton partiu bem do grid e manteve a primeira colocação, seguido por Vettel e Grosjean. Logo atrás, Massa e Rosberg se enroscavam e sofriam danos.

Com o calor absurdo que fazia, os pneus foram acabando muito rapidamente e isso chegou a comprometer, por exemplo, os planos de Webber, que tentou dar o bote com os compostos mais duros. O australiano, no entanto, foi quem mais incomodou Lewis no início, enquanto as estratégias se mesclavam.

E foi na primeira janela de paradas que Hamilton conseguiu colocar vantagem confortável em cima de Vettel, que voltou dos boxes preso atrás de Jenson Button. Lewis também passou pelo mesmo, diga-se, mas se livrou muito mais rapidamente do ex-companheiro do que o alemão.

Lewis Hamilton, Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel no pódio da Hungria (Foto: Mercedes)

A prova também teve pequenos enroscos. Além de Massa e Rosberg, Grosjean chegou a bater em Button e acabou punido, levou drive-through por passar por fora da pista, mesma punição que Nico Hülkenberg tomou por correr nos boxes.

E teve também festival de abandonos. Adrian Sutil, Valtteri Bottas e Paul di Resta deixaram a prova com problemas hidráulicos, enquanto Esteban Gutiérrez sofreu com falha na transmissão e Rosberg, que vinha no pelotão da frente, quebrou o motor.

Lewis Hamilton saiu do zero com a Mercedes em Budapeste (Foto: Mercedes)

Longe de qualquer tipo de problema e confusão, Hamilton partiu para a primeira vitória do ano, primeiro dos 82 triunfos com as cores da Mercedes. O pódio ainda teve a Lotus de Räikkönen e a Red Bull de Vettel. Webber, Alonso, Grosjean, Button, Massa, Pérez e Pastor Maldonado fecharam a zona de pontos.

Aquela foi a quarta vitória de Hamilton na Hungria, igualando a marca que pertencia a Michael Schumacher. Hoje, o inglês já dobrou isso. Aliás, falando em Lewis e Mercedes: foi o primeiro inglês a vencer com a marca alemã desde o lendário Stirling Moss, num tabu que durava quase 60 anos.

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