Verstappen admite incômodo com mudanças na F1: "Ainda gosto, mas até certo ponto"
Max Verstappen fez duras críticas ao calendário da Fórmula 1 nos próximos anos e admitiu como o grande número de corridas o faz repensar o amor que tem pelo esporte
Max Verstappen foi mais um piloto que expressou preocupação sobre o número de provas na Fórmula 1. O crescente calendário da categoria, que contará com 24 corridas no próximo ano, tem sido tema de repetidas manifestações dos pilotos e membros das equipes que formam o grid atual.
Uma dobradinha no Bahrein e na Arábia Saudita abrirá a temporada recorde da F1, seguida por quatro eventos em três continentes diferentes: Austrália, Japão, China e Miami, além de duas levas com três eventos em sequência durante o restante de 2024. Serão quase 320 mil km de viagens aéreas, apesar dos esforços da categoria para reduzir sua pegada ambiental. E Verstappen está cansado só de pensar.
"Estou preocupado com o esporte que sempre gostei", disse Verstappen, em entrevista ao jornal holandês De Telegraaf. "Ainda gosto, mas até certo ponto. Não é que seja totalmente contra mudanças, como algumas pessoas afirmam. Mas elas devem beneficiar a Fórmula 1. Por que você precisa mudar as coisas quando estão indo bem? Acho que uma classificação tradicional é um ótimo formato, não precisa girar tudo em torno do dinheiro”, completou.
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Verstappen ainda afirmou que a incessante busca da F1 pelo crescimento o faz, às vezes, questionar se ainda quer continuar na categoria. Além das 24 provas, o próximo ano também terá seis corridas sprint, o que aumenta a pressão sobre os membros das equipes.
"As pessoas podem pensar, 'bem, ele ganha muito dinheiro, do que esse cara está reclamando?' Mas se trata de bem-estar, de como você vivencia as coisas e não de quanto recebe. Sinto que tenho de fazer muitas coisas e abrir mão de outras [que gosto de fazer], então às vezes penso, 'ainda vale a pena?'", ponderou.
Verstappen diz que sua crítica não se limita apenas ao número de corridas, mas também a todas as tarefas adicionais fora da pista que vêm com o trabalho, dizendo que perde um "mês por ano" com as extensas atividades de marketing da Red Bull.
"[As viagens] não são o maior problema. É mais sobre todas as coisas extras que tenho de fazer. As quintas-feiras em um fim de semana de corrida podem ser muito longas, dependendo de onde estamos, e fora há muito trabalho no simulador. Por exemplo, perco mais de um mês por ano com marketing. Em certo momento, você simplesmente não sente mais vontade de fazer tudo isso", explicou o #1.
Quando questionado se poderia deixar a F1 antes do término de seu contrato atual em 2028, caso a Red Bull não obtenha sucesso com as novas regras que entrarão em vigor a partir de 2026, o holandês respondeu que só sairia se a situação de sua equipe no grid mudassem drasticamente.
"As coisas teriam de estar realmente ruins para isso acontecer. Não espero que a equipe recue tanto, com tantas pessoas incríveis que temos. Mas neste esporte é sempre possível que você não seja tão competitivo. Depende das perspectivas, mas sim, não me vejo competindo no meio do pelotão por três anos. Então, preferia ficar em casa ou fazer algo diferente. Mas novamente, não espero que isso aconteça", finalizou o bicampeão.
A Fórmula 1 está de férias e retorna no próximo final de semana, de 25 a 27 de agosto, em Zandvoort, na Holanda. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2023.