Hamilton encerra jejum e conquista pole do GP da Hungria sobre Verstappen por 0s003
Lewis Hamilton voou na Hungria e conseguiu uma façanha: bater Max Verstappen na temporada 2023 da Fórmula 1. O inglês conquistou a pole-position em Hungaroring por míseros 0s003, encerrando o jejum que já durava desde 2021, na Arábia Saudita
Espetacular! A definição da pole-position para o GP da Hungria foi daquelas históricas, e por todo o contexto. Por ter interrompido o domínio de Max Verstappen e por ter representado o fim de um jejum que já durava desde 2021. E não poderia ser outro a alcançar tal feito a não ser Lewis Hamilton.
A mudança na classificação, obrigando os pilotos a usarem pneus duros no Q1, médios no Q2 e macios no Q3 pode até ter passado longe da unanimidade, mas trouxe um cenário dos mais interessantes na sessão. Logo no Q1, a Alfa Romeo surpreendeu com um ritmo muito forte, com Guanyu Zhou liderando a tabela de tempos. Em contrapartida, a primeira vítima notória foi George Russell, da Mercedes, levando Toto Wolff a socar a mesa de raiva.
Veio então o Q2, e mais um nome fora do trio Red Bull/Ferrari/Mercedes no topo: Lando Norris, da McLaren, também dando sinais de que as atualizações no MCL60 surtiram efeito. Aqui, no entanto, quem caiu foi Carlos Sainz.
Mas o Q3 pôs ordem na casa, ou melhor: Max Verstappen tratou de mostrar que a Red Bull ainda é a equipe a ser batida e estabeleceu 1min16s612. Só que marcas são feitas para ser batidas, e para vencer um piloto do calibre de Max, só outro do mesmo naipe: Lewis Hamilton, por míseros 0s003, encerrando um jejum que durava desde a Arábia Saudita, em 2021.
A Fórmula 1 retorna neste domingo para a disputa do GP da Hungria, com largada prevista para as 10h (de Brasília, GMT-3). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2023 AO VIVO e em TEMPO REAL. Antes, a partir das 9h40, o GP abre a transmissão em segunda tela no canal 1 do YouTube, em parceria com a Voz do Esporte.
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Confira como foi a classificação da Fórmula 1 na Hungria:
A grande novidade do final de semana húngaro é o formato de classificação, com uma modificação no uso dos pneus que interferiu em praticamente todos os treinos livres realizados. Como os pilotos serão obrigados a usar cada tipo de composto em uma parte da sessão, muitos pouparam borracha para a disputa da pole-position, o que criou um cenário de mais dúvidas do que certezas na ordem de forças. Tirando o TL1, muito comprometido pela chuva, com liderança de George Russell, o segundo treino foi comandado por Charles Leclerc, da Ferrari, enquanto Lewis Hamilton bateu Max Verstappen no TL3.
O principal objetivo da mudança, como sempre em qualquer interferência da FIA, é buscar mais competitividade entre os carros, e para o Q1, todos tiveram de partir para o escaldante asfalto de Hungaroring, em 45°C, com os compostos duros.
Vale destacar, porém, que o pneu de faixa branca não era o mais duro da Pirelli. A fabricante italiana, na verdade, levou para Budapeste a sua gama mais macia, C3, C4 e C5, porém não significaria ver tempos tão rápidos na primeira parte da sessão.
Q1: Zhou lidera, Russell é primeira vítima dos pneus duros
Pista liberada, com 15 minutos na regressiva, e os pilotos logo partiram para o teste definitivo — alguns calçando os duros pela primeira vez no final de semana. O primeiro a registrar volta rápida foi Bottas, estabelecendo 1min18s818 como marca a ser batida. Verstappen veio na sequência, a 0s074 do finlandês, com o duo da Mercedes, Russell e Hamilton, logo atrás. Piastri fechou o primeiro top-5 da classificação, 0s415 mais lento que o carro da Alfa Romeo, mas logo teve a volta deletada e precisou remar novamente para marcar tempo.
Mais alguns giros, e Pérez pulou para segundo, enquanto Bottas melhorava ainda mais a própria marca, assinalando 1min18s775. Com pouco menos de dez minutos para o final do Q1, Esteban Ocon aparecia na zona de corte, com 1min19s572. Enquanto isso, Verstappen dava provas de que a Red Bull ainda estava muito viva e assumia a ponta, sendo 0s117 mais rápido que Valtteri.
Hülkenberg, então, passou a ter a marca a ser batida para quem buscava o Q2, até que Ricciardo e Tsunoda entraram no top-15, jogando agora Leclerc para o 15º posto. Até então, Stroll, Hülkenberg, Logan Sargeant, Ocon e Kevin Magnussen eram os que caíam na primeira parte, ocupando as posições do 16º ao 20º no grid.
Cinco minutos para o fim, Gasly veio forte, com o melhor primeiro setor da pista e apenas 0s044 acima de Verstappen no segundo trecho. Enquanto o companheiro de equipe melhorava a marca e deixava o fundo do pelotão, Pierre acertava a parte final da sinuosa pista de Hungaroring e cravava 1min18s743, ficando em segundo, a apenas 0s085 de Verstappen.
Leclerc é quem aparecia agora em 16º e momentaneamente fora do Q2. O monegasco, porém, fez o primeiro trecho em roxo, mas tanto Pérez quanto Guanyu Zhou, mostrando um ótimo ritmo com a borracha mais dura, fizeram voltas melhores. O chinês da Alfa Romeo pulou para a liderança com 1min18s143, 0s217 mais rápido que o mexicano da Red Bull.
Menos de dois minutos para o fim, Albon, Hamilton, Hülkenberg, Sargeant e Magnussen eram os que estavam vendo a classificação terminar mais cedo. 1min19s037 de Ricciardo era o tempo a ser batido, mas os cinco ainda teriam de encarar o tráfego na parte final, sempre intenso no Q1.
Hamilton abriu volta e conseguiu fechar em sétimo, enquanto Russell não melhorou o tempo, ao contrário dos demais adversários, entre eles Ricciardo e Hülkenberg, que passaram na degola. O #63, porém, ficou apenas em 18º, sendo a primeira vítima significativa da mudança, levando Toto Wolff a socar a mesa de raiva. Além dele, Albon, Tsunoda, Magnussen e Sargeant também não avançaram.
Q2: Norris na frente, Leclerc tira Sainz da briga pela pole
Relógio novamente na regressiva, e agora os compostos médios ganhavam a vez. Pérez foi o primeiro a registrar o tempo a ser batido: 1min17s675, já melhor que a volta alcançada por Hamilton no TL3. Verstappen, então, tratou de melhorar a marca em 0s379, enquanto Norris aparecia na tela com o melhor segundo setor da pista.
O piloto da McLaren manteve o bom ritmo, mas perdeu no trecho final e completou em segundo. Porém, imediatamente após, a volta de Verstappen foi deletada por excesso de limites de pista — que, aliás, já pegava vários pilotos ao longo da classificação. Com isso, o inglês assumiu a ponta, com 1min17s328. Piastri veio no embalo e fechou a dobradinha momentânea da equipe de Woking.
Perto dos cinco minutos finais, Max era o único sem volta registrada por conta dos track limits. Bottas, Ricciardo, Gasly e Stroll eram os demais que apareciam fora da briga pela pole, com o tempo de 1min18s075 de Ocon a ser batido.
Verstappen, então, foi para mais uma tentativa, e qualquer erro dessa vez poderia ser fatal, já que faltavam pouco mais de três minutos para a bandeira quadriculada. O #1 da Red Bull passou 0s1 mais rápido que Norris no primeiro trecho, porém acima da melhor marca no segundo setor. Volta finalizada, e o tempo de 1min17s547 levou o holandês ao segundo lugar.
Minuto final, e a classificação viro um salve-se quem puder, com todos na pista ao mesmo tempo. Stroll, apenas em 15º, tentou buscar uma vaga entre os dez mais rápidos e passou 0s1 acima do tempo de referência de Hülkenberg, não conseguindo na primeira tacada.
Hamilton, então, fez o melhor terceiro trecho e pulou para segundo. A essa altura, era Sainz na linha de corte e Leclerc fora, em 12º. Mas o #16 sobreviveu ao virar 1min17s580 e pular para sexto. A façanha, contudo, vitimou o próprio companheiro de equipe por míseros 0s002. Ocon, Ricciardo, Stroll e Gasly também caíram na segunda parte. Norris, por sua vez, foi o mais rápido.
A borracha macia foi guardada para o Q3. Calçados com os melhores pneus para classificação, os dez foram para a definição da pole-position com Pérez puxando a fila e cravando 1min17s142, porém Norris já virou 0s1 abaixo da marca o mexicano, alcançando 1min16s904, melhor volta do final de semana até então.
Leclerc passou em quarto, 0s253 acima do piloto da McLaren, mas Verstappen tratou de colocar ordem na casa e destruiu a marca de Norris: 1min16s612.
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