Ferrari bota fé em Leclerc em classificação apesar de Q1 que "comprometeu" no Japão

Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari, disse que volta ruim do monegasco no Q1 causou reação em cadeia que comprometeu final de semana em Suzuka

Uma volta ruim no Q1 da classificação foi o que, segundo a Ferrari, arruinou qualquer pretensão de Charles Leclerc no GP do Japão de Fórmula 1. Para Frédéric Vasseur, chefe da equipe de Maranello, o #16 teve o final de semana comprometido por usar um segundo jogo de pneus para avançar no treino classificatório, o que ocasionou uma série de episódios que condicionou o resultado do monegasco em Suzuka.

A oitava posição do grid de largada não mudou a opinião do dirigente sobre Leclerc, que segue como um dos pilotos mais rápidos em volta de classificação da atualidade — são 23 pole-position no currículo, mesmo contemporâneo das eras dominadoras da Mercedes e, posteriormente, Red Bull. O histórico de é de superioridade ante seus companheiros de equipe, inclusive Carlos Sainz — 47 x 28 no geral. Entretanto, está perdendo em 2024: 2x1 para o espanhol.

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Sobre o Japão, Vasseur indicou que o acontecimento no Q1 foi o estopim para uma reação em cadeia determinante para o resultado em Suzuka, onde Max Verstappen dominou as ações no treino classificatório e na corrida. Com a utilização de um segundo conjunto de pneus ainda na fase inicial do treino, o monegasco chegou ao Q3 com apenas um jogo novo de compostos macios e que o fato pode ter obrigado Leclerc a uma abordagem mais cautelosa na parte decisiva da classificação — algo que opôs as declarações do próprio piloto no sábado (6), quando disse que “acho que não teria feito melhor, dei tudo de mim em todas as curvas daquela volta no Q3”.

“Não tiro conclusão apenas com a classificação. Perdemos um pouco do final de semana na primeira volta do Q1, quando Charles não conseguiu um grande tempo. Tivemos de usar um segundo jogo de pneus para não corrermos nenhum risco, o que nos deixou com apenas um conjunto de macios no Q3”, revelou o chefe da Ferrari.

Charles Leclerc teve final de semana comprometido logo no Q1 (Foto: AFP)

“Isso faz com que você fique com o pé atrás, pois um erro pode acabar com tudo. Não pudemos ter a abordagem correta. Estou convencido que Charles é um dos melhores em volta rápida. Logo estará de volta”, completou.

O chefe da Ferrari, entretanto, afirmou que o resultado de Leclerc não foi de todo modo ruim. Analisando somente a frieza dos números, Vasseur indicou que o desempenho no sábado foi razoável — o #16 fez 1min28s786, sendo 0s589 mais lento que Max Verstappen, o pole-position, e 0s104 atrás de Sainz, que largou em quarto.

“Charles foi lúcido ao admitir que não fez boa classificação e que não estava feliz, afinal, seu companheiro de equipe foi quarto. Temos de analisar com olhar profundo, pois perdemos [um jogo de pneus] no Q1 e ficamos 0s1 atrás do segundo grupo. Não é um desastre estar 0s5, 0s6 de distância [da pole]”, disse.

Vasseur aproveitou para analisar a estratégia desenvolvida pela Ferrari para Leclerc ganhar posições no GP do Japão. Se tratando da pista de Suzuka, conhecida pela dificuldade em se fazer ultrapassagens, o time de Maranello optou por fazer somente um pit-stop para o monegasco, que ganhou quatro posições e terminou no quarto lugar. O dirigente fez questão de ressaltar que o bom gerenciamento de pneus foi fundamental para o sucesso da iniciativa.

Vasseur acredita que Leclerc logo voltará às primeiras posições no grid de largada (Foto: Reprodução/Formu1a.uno)

“Sigo convencido de que estar com ar limpo era o melhor para fazer o pit, mas para Charles ganhar posições o mais correto era fazer somente uma parada. A diferença não era grande, porém, dependia da situação e posicionamento em pista”, explicou.

“Só realizar uma parada é mais difícil, pois tudo precisa estar sob controle, além de que é necessário segurar a tentação de acelerar um pouco mais. Acho que ele fez isso muito bem”, prosseguiu.

Suzuka representou o fim de uma sequência de nove corridas que Leclerc largou entre os quatro primeiros no grid de largada. Desde o GP do Catar em 2023 até a Austrália, o monegasco partiu nas duas primeiras filas, com direto às poles nos Estados Unidos, México e Las Vegas.

Baseado nesse histórico, Vasseur acredita que o piloto vai se recuperar já no GP da China, marcado entre os dias 19 e 21 de abril. Aliás, serão duas chances no autódromo de Xangai, que receberá a primeira corrida sprint da temporada.

“Teremos duas classificações na China, duas oportunidades para fazermos um bom trabalho. Na minha mente estão as vezes seguidas que ele largou no top-4”, concluiu.

Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 19 e 21 de abril, para o GP da China, retorno da etapa ao calendário pós-pandemia, com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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