Ex-diretor da Alpine questiona demissão de Szafnauer: "Estava de mãos atadas"

Pat Fry acredita que o ex-chefe de equipe da Alpine, Otmar Szafnauer, teve pouco tempo para mostrar seu trabalho e melhorar o desempenho do time francês

A temporada de 2023 da Alpine teve muito mais baixos do que altos. Para tentar mudar essa situação, o time francês demitiu seu chefe de equipe, Otmar Szafnauer, durante o GP da Bélgica e também perdeu Pat Fry, que foi para a Williams — e, agora, afirmou que o romeno-americano não teve tempo suficiente para melhorar o desempenho da equipe.

"Não tenho tanta certeza de que Otmar teve uma chance justa de consertar o lugar pois, em certo sentido, suas mãos estavam atadas, acho. Acredito que, em Enstone, fizemos um bom trabalho com o que poderíamos controlar”, afirmou Fry.

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"Mas acho que todos deveriam se orgulhar do que conseguimos. Sempre é uma pena se afastar das coisas, mas acho que para mim era a hora", completou.

Szafnauer chegou à Alpine após três anos no comando da Aston Martin. O dirigente já integrava o time britânico, desde 2009, com a equipe anteriormente chamada de Force India e Racing Point. Já Fry estava na Alpine desde 2020, como diretor-técnico. 

Pat Fry se juntou à Williams após deixar a Alpine e vai iniciar os trabalhos em novembro (Foto: Williams)

Os franceses ficaram em quinto lugar em 2020 e 2021 e subiram para a quarta posição em 2022. Por isso, Fry acredita que fizeram progressos reais durante esse período. Já neste ano, a equipe amarga a sexta colocação no Mundial de Construtores, com mais de 150 pontos de diferença para a Aston Martin.

"Ano a ano, construímos um carro melhor. Se você colocar os três carros lado a lado, cada um foi um grande passo, e isso é mérito de todos lá. As várias equipes internas colaboravam muito melhor, todos lá deveriam se orgulhar do que conseguimos", explicou.

Fry disse que voltou à equipe de Enstone, onde trabalhou décadas antes, esperando levá-los de volta ao sucesso que desfrutaram como Benetton nos anos noventa e como Renault nos anos 2000. No entanto, acreditava que alguns na equipe não tinham a motivação necessária para impulsioná-la quando era necessário.

"Retornei para lá com aquele sentimento de 'voltar ao lugar onde comecei minha carreira e tentar reconstruir o time'. Acho que fizemos isso muito bem. De um quinto lugar bem distante, conquistamos uma sólida quarta posição. Mas eu não sentia entusiasmo ou vontade de ir além, e decidi, no início de março que precisava mudar. Não quero apenas ficar lá sentado e não poder fazer as coisas. Então, para mim, era hora de seguir em frente”, revelou Fry.

Alpine está somente na sexta posição no Mundial de Construtores na F1 2023 (Foto: AFP)

"É uma daquelas coisas. Acho que, como empresa, eles não estavam configurados para se esforçarem o suficiente. Você pode dizer que quer ser o primeiro, mas a diferença entre falar e conseguir é monumental”, continuou.

Fry, que foi a primeira contratação importante do chefe da equipe da Williams, James Vowles, está convencido de que a administração de seu novo time entende o que é necessário para levá-los de volta às primeiras posições. 

"James estava conversando comigo há algum tempo, e não foi até alguns meses depois que decidi vir para cá. Acho que o que me empolga nesta oportunidade é que o conselho está totalmente comprometido com o que será necessário para chegar na frente. Eles estão dispostos a investir o que for necessário e nos apoiar. E é uma coisa legal reconstruir um antigo ícone britânico”, elogiou o diretor técnico.

"Isso é um pouco como minha visão romântica de voltar à Benetton para reconstruí-los. Então é mais uma perspectiva empolgante. Mas, como disse, James está se esforçando muito para tentar melhorar as coisas. E é isso que me empolga. Não vamos ser limitados no que podemos alcançar. Só temos de fazer o melhor que podemos e levar as coisas para frente”, concluiu Fry.

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