Daniel Ricciardo Q&A: O Lewis não terá vida fácil!

A Red Bull tem a reputação de acertar quando os regulamentos técnicos se modificam. É por isso que Daniel Ricciardo acredita poder ser candidato ao título em 2017. O efervescente australiano foi um dos dois únicos pilotos a bater a Mercedes no ano passado, mas esta temporada espera que isso se possa tornar um hábito. Daniel Ricciardo - que se encontra nos Estados Unidos a treinar - conta-nos as razões pelas quais está tão otimista para 2017.

P: Daniel, já tiveste algum tempo para digerir as aprendizagens de 2016. Certamente que vai ser difícil, mas conseguirá a Red Bull regressar ao topo?

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Daniel Ricciardo: 2016 foi muito encorajador para toda a equipa. Conseguimos voltar a lutar por vitórias, pódios e pole positions. Foi um grande passo que nos aproximou de onde querermos voltar. E pelo que ouvi sobre o novo carro, eu definitivamente arriscaria uma aposta em nosso favor.

P: Eras um dos pilotos que por vezes viajava com o Nico Rosberg para as corridas. Como explicas a sua saída repentina da F1?

DR: Começou por ser uma surpresa, mas assim que refleti sobre o assunto e me coloquei no lugar dele percebi muito melhor. Ele agora tem uma família e tem estado envolvido no desporto desde que o seu pai corria, por isso foi uma longa carreira nesse sentido. Não é fácil gerir todas as viagens e compromissos e ele atingiu o que queria, portanto agora é a hora de relaxar. Eu entendo-o!

P: É preciso andar muito para trás no tempo para encontrar uma equipa na situação em que a Mercedes estava com a saída de Rosberg: ter o melhor lugar disponível mas nenhuma alternativa - até que eles finalmente foram capazes de resgatar o Valtteri Bottas da Williams. Eles também bateram à tua porta, não foi?

DR: Ele deixou a Mercedes numa posição incrível. Estou certo de que todos os pilotos contactaram ou pensaram contactar o Toto e o Niki. Tem sido interessante ver isso evoluir e agora o Bottas tem a sua grande oportunidade. Vamos ver como lhe corre. Para mim, estou melhor na Red Bull Racing.

P: De certeza que a possibilidade de conduzir o carro dos campeões do mundo foi tentadora...

DR: Tentadora sim, para ter a sensação de como o carro funciona. Mas 2017 é um ano novo e estou à espera de que o carro dos campeões do mundo seja o nosso!

P: Com a saída do Nico, muitos vão pensar que o Lewis vai ter vida fácil a caminho do seu quarto título. Achas que vais ser um verdadeiro candidato ao título este ano?

DR: Acho que podemos estar na luta, sim. Se conseguirmos evoluir da mesma forma que no ano passado não será nada fácil para ele, acreditem.

P: Serias ousado o suficiente para afirmar que a Red Bull tem os melhores pilotos da grelha? A mistura certa de experiência e bravura? Quem se segue na hierarquia?



DR:
 Acho mesmo que sim. Mas não tenho a certeza de qual é a segunda melhor equipa nesse aspeto. Nem estou muito interessado!

P: Janeiro é aquele mês em que os pilotos entram em "hibernação", mas este ano parece ser diferente. Todos estão a tentar adicionar um nível extra à sua preparação física. Tu também? 

DR: Tem sido divertido colocar ainda mais ênfase nos treinos de Janeiro deste ano - especialmente quando o fazes em Los Angeles! É tudo muito bom aqui e as instalações são incríveis. Todos os anos este mês foi de treino intenso, mas este ano podemos treinar de forma mais intensa sem nos termos de preocupar tanto com peso e músculos. É divertido. Não nos podemos distrair, mas a intensidade aumentou e eu também posso comer um pouco mais depois dos treinos, o que me faz sentir bem! O que eu faço? Tudo. Desde ciclismo, treinos de força no ginásio, boxe... A lista é enorme.

P: Os novos carros vão ser mais rápidos e largos, mas como vão ser as corridas?

DR: Esperemos que fique cada vez melhor no decorrer da época. A partir de Melbourne vamos poder lutar em pista sem que as penalizações nos condicionem o tempo todo. Vou dar o meu melhor para que seja emocionante para os fãs.

P: A Red Bull é uma das três equipas que tem estado a ajudar a Pirelli nos testes com os pneus de 2017. O que podes dizer sobre isso? 

DR: É difícil de avaliar. Claro que senti mais aderência com os pneus maiores, mas o carro estava com uma configuração base para não se aproximar daquilo que será o de 2017. Mas estou à espera de ser surpreendido em Barcelona. Pelo que vi no simulador será um verdadeiro desafio. Mas em Barcelona já vamos ver a realidade.

P: Quais são os teus planos até Melbourne em Março?

DR: Treinar, trabalhar e relaxar. Mal posso esperar!