Chefe da Mercedes cobra F1 sobre "corridas chatas" em 2023: "É impossível ultrapassar"

No último domingo (30), a Red Bull emendou sua quarta vitória consecutiva em quatro corridas disputadas na F1 2023 ao ver Sergio Pérez triunfar no GP do Azerbaijão. Em um fim de semana com formato diferente, envolvendo duas classificações e uma sprint independente da prova principal, além de duas poles da Ferrari, o resultado trouxe mais do mesmo: uma disputa monótona, em que os poucos destaques ficaram mesmo pela atuação dos taurinos. Chefe da Mercedes, Toto Wolff pediu alternativas para que o nível da temporada melhore.

"Hoje [domingo] não foi um sucesso", admitiu Wolff sobre o nível da corrida. "Simplesmente não tivemos ultrapassagens. Não foi um bom entretenimento. Precisamos das batalhas duras, e acho que o momento principal [na sprint] envolveu George [Russell] e Max [Verstappen] podendo batalhar", destacou.

Apesar da batalha entre George Russell e Max Verstappen na primeira volta da corrida sprint — que gerou até cobranças por parte do holandês —, Wolff admitiu que a impossibilidade de ultrapassar tem prejudicado o nível de emoção das corridas em 2023.

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Depois de uma mudança de regulamento que deveria permitir que os carros andassem mais próximos uns dos outros, as alterações no assoalho para evitar os quiques e as atualizações das equipes — que geram um aumento substancial no ar sujo jogado para trás — geraram um cenário oposto: no momento, é mais difícil seguir os carros à frente do que no ano passado.

"Não houve nada disso na corrida principal", reclamou. "Mesmo que você esteja 0s2 atrás, é quase impossível ultrapassar sem que o outro piloto cometa um erro. Realmente precisamos olhar para isso, precisamos ver como evitar outras corridas chatas", apontou.

Um dos motivos principais para a falta de disputas no topo da tabela da F1 tem nome e sobrenome: Red Bull. Absolutamente dominante desde o ano passado, a equipe austríaca subiu de nível novamente para 2023 e venceu todas as quatro corridas, com direito a 1-2 em três delas.

Na opinião do chefe Christian Horner, entretanto, o campeonato pode mudar bastante de figura quando chegar na fase europeia, já que é o momento esperado por diversas equipes para levarem atualizações mais robustas a seus conjuntos. De acordo com o britânico, o início do campeonato tem sido sobre acumular gordura em relação aos demais.

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"No momento, está apenas entre eles dois [Verstappen e Pérez], mas teremos mais 19 corridas e cinco sprints", avaliou Horner. "Há toda uma variação de circuitos pela frente. A confiabilidade é um fator chave. Estamos mais focados no momento em construir uma vantagem com os dois pilotos, porque quando voltarmos à Europa, tenho certeza de que veremos atualizações grandes [nas outras equipes]", reconheceu.

Por fim, Horner garantiu que Pérez e Verstappen estão completamente livres para lutarem entre si na pista. No Azerbaijão, o mexicano alcançava o holandês quando a Red Bull chamou o atual campeão aos boxes. No entanto, o safety-car entrou na pista e prejudicou a estratégia, fazendo com que a ponta caísse no colo de 'Checo'. A partir daí, Max não conseguiu mais alcançar o companheiro de equipe.

"Os dois querem vencer, é por isso que foram contratados pela equipe", destacou. "É sobre o que eles fizerem na pista, estão livres para disputar o ano todo até aqui", finalizou.

A F1 retoma suas atividades já no próximo fim de semana, entre os dias 5 e 7 de maio, com o GP de Miami, que terá cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.