Campeão na sprint do Catar: Verstappen mantém sina de títulos anticlimáticos na F1
Que Max Verstappen é um gênio da Fórmula 1, não há dúvidas. Mas pelo terceiro ano seguido, o holandês chegou ao título de um jeito um tanto esquisito e anticlimático que nada condiz com o seu enorme talento
Que Max Verstappen já é um dos grandes pilotos da história da Fórmula 1, isso não há dúvidas. Como já era esperado, o tricampeonato na Fórmula 1 veio no último sábado (7) no Catar, ainda na corrida sprint, uma vez que o holandês precisava apenas marcar três pontos a mais que Sergio Pérez para sacramentar a coroa. Só que o acidente do mexicano ainda na volta 11 da corrida curta fez Verstappen mais uma vez levantar a taça de um jeito um tanto esquisito — para não dizer sem graça.
Se ser campeão no sábado, numa corrida em que os resultados de pole-position e vitória nem sequer contam para as estatísticas, já seria um tanto anticlimático, o enrosco de Pérez com Esteban Ocon e Nico Hülkenberg potencializou a sensação de 'expectativa/realidade': Verstappen só precisou da formalidade da bandeirada para ser contado oficialmente tricampeão de F1.
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O primeiro título, aliás, tinha tudo para ser inesquecível, das maiores conquistas da história. Em 2021, Max e Lewis Hamilton chegaram à última corrida rigorosamente empatados após um embate de sair faíscas (e pedaços de carro) ao longo de toda a temporada. A ultrapassagem da glória definitiva para Verstappen veio na última volta, mas o feito do piloto da Red Bull foi ofuscado pela interferência direta da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), num erro grotesco do antigo diretor de prova, Michael Masi.
Na famigerada corrida em Yas Marina, tudo caminhava para o octacampeonato do piloto da Mercedes quando o safety-car foi acionado na 54ª volta de 58 por conta de Nicholas Latifi. Masi, então, autorizou apenas que os carros entre os postulantes ao título — Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel — ultrapassassem o líder e realinhassem nas posições corretas, e não todos os retardatários, como dizia o regulamento.
Esse, porém, não foi o único erro da direção de prova, uma vez que as regras determinavam que o safety-car deveria permanecer na pista por mais uma volta após o realinhamento do grid — ou seja, pelo número de voltas restantes, o GP de Abu Dhabi deveria ter terminado sob bandeira amarela.
Veio 2022, e Verstappen começou a temporada apanhando da confiabilidade do RB18, enquanto a Ferrari renascia com Charles Leclerc. Os taurinos, porém, conseguiram acertar a mão, enquanto os italianos começaram a sucumbir aos próprios erros — e também à diretiva para conter os quiques que comprometeu a performance da F1-75.
Da França em diante, Verstappen passeou, chegando ao Japão, 18ª de 22 etapas programadas, podendo encerrar o campeonato por lá. Só que a corrida em Suzuka foi um caos por conta da chuva, tendo apenas 28 das 53 voltas completadas. Até aí, valeriam metade dos pontos, o que não daria a Max o título ainda, não fosse por uma particularidade: o já #1 viu a bandeira quadriculada, e só por ter recebido a bandeirada ao final, a regra dos pontos pela metade não foi aplicada. Isso só acontece em caso de provas suspensas.
Para completar, Leclerc, o que poderia impedir o título antecipado, tomou 5s de punição ao final da prova por cortar a chicane ao se defender de Sergio Pérez, caindo para terceiro. A confusão foi tão grande que Verstappen, vencedor da corrida no Japão, foi informado do título por Jenson Button, o condutor das entrevistas no dia. E mesmo assim, ainda chegou a antessala duvidando de que já era bicampeão de F1, sentando-se numa poltrona improvisada totalmente sem jeito.
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 20 e 22 de outubro, em Austin, com o GP dos Estados Unidos, o primeiro da última perna tripla da temporada. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.