AlphaTauri definha em 2023 e só importa por guerra de sobrevivência Tsunoda × Ricciardo

A AlphaTauri vai de mal a pior na Fórmula 1 2023, mas ainda é a porta de entrada — e de permanência! — mais concorrida do grid. E a briga entre Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo, com Liam Lawson correndo por fora, é a única coisa que presta hoje em Faenza

Há uma imagem na temporada 2023 da Fórmula 1 que define bem o ano da AlphaTauri: Yuki Tsunoda sendo devolvido à pista durante a corrida sprint do Azerbaijão com o carro todo torto, andando praticamente de lado em uma cena que resultou em multa para a base em Faenza. É o mais fiel retrato do que se viu por lá até aqui: um time completamente perdido com um carro terrível nas mãos, mas que ainda é uma porta de entrada para quem sonhar em fazer parte da dita elite do automobilismo mundial — ou permanecer nela!

Considerando este último tópico, aliás, a AlphaTauri é a equipe mais badalada do grid! Tanto Tsunoda quanto Daniel Ricciardo encerram seus respectivos acordos em dezembro deste ano e precisam provar que são merecedores de uma renovação. A berlinda do japonês, no entanto, é mais concreta que a do australiano, ainda que o retorno de Daniel ao grid após a repentina demissão de Nyck de Vries ainda seja um tanto nebuloso.

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Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda não estão garantidos na AlphaTauri para 2024 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Não que Ricciardo não fosse um candidato capacitado para assumir o cockpit da AT04, e muito se fala que o destino final seja a Red Bull quando o contrato de Sergio Pérez terminar, em 2024. O próprio Christian Horner falou na ocasião que o veterano de 34 anos encara a chance na AlphaTauri como a sua melhor rota numa briga direta por uma vaga no time A, só que se engana quem pensa que apenas o bom retrospecto já garante isso: Daniel também terá de convencer a cúpula em Milton Keynes que é o nome certo para seguir com a AlphaTauri.

Tsunoda, aliás, não esconde que se sente um tanto pressionado por ter Ricciardo ali do seu lado, mas justiça seja feita: mesmo com todas as inúmeras limitações do carro, Yuki já pontuou três vezes — a última, na Bélgica, já com Daniel como companheiro — e bateu na trave em outas três ocasiões, ao cruzar a linha de chegada em 11º. Ou seja: o #22 vai ter de se sair muito mal na segunda metade da temporada para ser dispensado.

"Essa situação atual é completamente nova para mim, e estou aprendendo bastante. Especialmente sendo desafiado por um piloto experiente, e que não é só um cara experiente, é um piloto de ponta, e sabemos o quão rápido ele é. Já sei que ele é rápido. Mas também a maneira como ele está se comportando no time é provavelmente muito diferente de mim. Então há muito o que aprender com ele, e também me pressiona um pouco. Eu me sinto pronto para a batalha contra ele na segunda metade da temporada", frisou Yuki logo após a corrida em Spa-Francorchamps.

Só que há ainda outro nome correndo por fora e também querendo beliscar a mínima chance que se abrir na F1: Liam Lawson. Reserva da AlphaTauri e também Red Bull, o neozelandês disputa o título da Super Fórmula e sabe que tal conquista seria um belo empurrão em direção à F1. Mesmo mantendo-se alheio à disputa entre os atuais titulares, Lawson já deixou claro que está "pronto" para correr na categoria.

"Qualquer chance que eu tiver na F1 vai depender de como vou me sair aqui [na Super Fórmula]. Então tenho de concluir esse ano da melhor maneira possível, tentar vencer o campeonato, e é isso que vai abrir a chance para mim. Preciso de uma vaga, e seja qual for, não me importa", declarou recentemente o jovem de 21 anos.

O interessante em meio a tudo isso é que a própria AlphaTauri tem um futuro muito cinza, já que vai mudar de nome a partir do ano que vem e ainda teve de lidar com os rumores de que estaria com os dias contados na F1. Para o completar, assumiu com louvor o posto de pior equipe do grid, com um carro que sofre absurdamente com o arrasto e uma operação de corrida que faz Maranello se orgulhar das decisões de pista.

É até injusto ver essa equipe ser tão disputada, mas também escancara o quão difícil é para um piloto entrar ou se manter na F1 atual. Só que, verdade seja dita: levando em conta que a razão de sua existência não é cumprida há tempos, a AlphaTauri não deixaria saudades se, de fato, saísse do grid. Se bobear, nem mesmo nos pilotos.