23 participações, 4 vitórias: o quinteto brasileiro nas 24 Horas de Le Mans de 2023

O Brasil está representando por cinco pilotos na edição dos 100 anos das 24 Horas de Le Mans: Felipe Nasr, Pipo Derani, Pietro Fittipaldi, André Negrão e Daniel Serra

É hora da edição do aniversário centenário das 24 Horas de Le Mans. O evento, realizado pela primeira vez em 1923, volta para mais um ano da Era Hipercarros, com as mudanças empreendidas nos últimos tempos e o pelotão principal aumentando ainda mais. É a primeira vez que a Peugeot, por exemplo, volta a Sarthe e promete até anúncios pensando na temporada que vem. É claro que Le Mans ferve, com em todos os anos. No caldeirão, claro, pilotos brasileiros.

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É um quinteto que representa o Brasil em 2023: Felipe Nasr e Pipo Derani estão nos hipercarros, André Negrão e Pietro Fittipaldi disputam a classe LMP2, ao passo que Daniel Serra está na LGMTE-Am. A única diferença para 2022 é que, no ano passado, Felipe Fraga era um sexto nome na corrida.

Juntos, os cinco pilotos somam 23 participações nas 24 Horas de Le Mans, tendo se tornado figurinhas carimbadas desde meados da década passada. Além disso, quatro vitórias em classes.

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Porsche Penske #75, que tem Felipe Nasr como membro do trio (Foto: 24 Horas de Le Mans)

Confira mais detalhes:

Felipe Nasr

Nasr faz parte do carro #75 da Porsche Penske, parceria entre a fábrica alemã de renome mundial e a poderosa equipe originária dos Estados Unidos. Ao lado do brasileiro, estão Mathieu Jaminet e Nick Tandy - esse vencedor geral de Le Mans em 2015, ao lado de Nico Hülkenberg e Earl Bamber, exatamente pela Porsche.

A Porsche prepara um retorno para a temporada completa em 2024 e já esperava correr em Le Mans com dois carros neste ano, mas resolveu aumentar um pouco a carga e colocar o terceiro bólido, vindo direto das fileiras do IMSA WeatherTech, nos Estados Unidos: três hipercarros do IMSA receberam convites para correr em Le Mans. O número 75 no carro também não é por acaso: é uma homenagem ao 75º aniversário da marca.

O ex-piloto da Fórmula 1 se tornou um ás das corridas de longa duração desde que nelas pisou, a partir de 2017. O sucesso de Nasr pelos lados do IMSA WeatherTech foi quase imediato: títulos em 2018 e 2021, vitórias nas 12 Horas de Sebring em 2019 e 2020, bem como nas 24 Horas de Daytona em 2021. E Felipe ainda disputa a competição de endurance dos Estados Unidos, já põe o olho nos próximos anos do WEC.

Nasr tem três participações em Le Mans, todas na classe LMP2. A melhor delas foi ano passado, com o quinto lugar da classe (nono geral), já com a Penske. Nas outras duas participações, abandonou antes do fim em 2021 e ficou em 11º na classe em 2018.

Pipo Derani está no #311 da Action Express (Foto: 24 Horas de Le Mans)

Pipo Derani

Assim como Nasr, Derani também está num dos três carros vindos do IMSA WeatherTech como convidados para a classe dos hipercarros. No Action Express #311, a bordo de um Cadillac V-Series.R, terá dois nomes muito conhecidos dos monopostos ao lado: Jack Aitken e Alexander Sims.

Será o terceiro ano de Derani em Le Mans com um hipercarro: nas últimas duas temporadas, com a Glickenhaus, ficou com a quarta posição geral. Ao todo, entretanto, já tem sete participações na prova francesa e, além de hipercarros, esteve entre LMP2 e a antiga GTE-Pro. Foi nela, aliás, que teve o melhor resultado: o segundo lugar da classe, em 2017. Na LMP2, o melhor resultado foi o quarto posto, em 2015, na estreia.

É fato, porém, que Derani se consolidou mesmo como uma estrela absoluta no endurance dos Estados Unidos. Lá, chegou a vencedor Daytona e Sebring no mesmo ano, em 2016, e se tornou uma espécie de mago em Sebring, com cinco vitórias nos últimos oito anos. E ainda foi campeão em 2021. No WEC, ganhou etapas tanto na LMP2 quanto na GTE-Pro em anos passados.

Pietro Fittipaldi

Deixe os hipercarros de lado, porque o mais velho da terceira geração dos Fittipaldi forma fila na classe LMP2. Pietro faz trio com os dinamarqueses David Heinemeier Hansson e Oliver Rasmussen no carro #28 da Jota. É bom dizer que todos os carros da LMP2 são Oreca 07-Gibson, com os devidos toques aplicados pelas equipes.

Diferente do que acontece com Nasr e Derani, o Jota #28 disputa, sim, a temporada 2023 completa do WEC, mas os resultados são apenas medianos até agora: quinto lugar em Sebring, sétimo em Portimão e nono em Spa, o que rende o décimo lugar de um campeonato liderado, até agora, pelos pilotos do United Autosports #22, Philip Hanson e Frederick Lubin - Filipe Albuquerque é o terceiro do trio, mas só correu duas das provas.

Dá para dizer que Fittipaldi é um inveterado por correr de carros e corre do que aparecer. Embora siga como reserva da Haas e ainda nutra sonho da F1, já esteve na Indy, Super Formula, DTM, Stock Car e várias competições de endurance. É um piloto que não nega o volante. Mas vai para a segunda aparição em Le Mans: a primeira foi ano passado, quando ficou no 14º posto da LMP2.

O carro #35 da Alpine, que conta com André Negrão (Foto: 24 Horas de Le Mans)

André Negrão

O outro piloto brasileiro na corrida pela vitória da LMP2 nas 24 Horas de Le Mans é André Negrão, que se consolidou nos últimos anos como um verdadeiro especialista do WEC. Negrão fará parte do #35 da Alpine, ao lado de Olli Caldwell e Memo Rojas.

A realidade é que a Alpine, com anúncio sobre a subida para os hipercarros em 2024 marcado para os próximos dias, faz de 2023 de volta ao LMP2 como uma grande preparação para a experiência diferente que viverá no ano que vem. Embora Negrão não esteja ainda confirmado como membro do time dos hipercarros em 2024, é um dos favoritos.

Entre mudanças de classe e outros projetos, Negrão está com a equipe desde 2017. Foi lá que se tornou campeão mundial de endurance na LMP2 na temporada 2018-19, bem como o vice de 2022 - nos hipercarros. A temporada atual, porém, não tem sido fácil, com somente o 16º posto na classificação da LMP2.

Das cinco vitórias que tem na trajetória do WEC, duas foram em Le Mans - e ambas na mesma temporada, a supertemporada 2018-19. Na verdade, o histórico de Negrão em Le Mans é bastante positivo: nas quatro participações além das duas vitórias, nunca esteve abaixo do quinto lugar da própria classe, inclusive com duas terceiras colocações.

Daniel Serra, de boné da Ferrari, e os dois companheiros de Kessel #57, Takeshi Kimura e Scott Huffaker, dão autógrafos em Le Mans (Foto: 24 Horas de Le Mans)

Daniel Serra

O outro vencedor brasileiro presente nas 24 Horas de Le Mans de 2023 é Serra, que está no carro #57 da Kessel. A bordo de uma Ferrari 488 GTE Evo, terá a companhia de Scott Huffaker e Takeshi Kimura.

O tricampeão da Stock Car se estabeleceu, nos últimos anos, como um dos pilotos mais importantes da cena GT no endurance internacional. E, neste caminho, esteve nas últimas seis edições das 24 Horas de Le Mans, sempre por Aston Martin ou Ferrari: e venceu uma com cada na antiga GTE-Pro: 2017 e 2019, além da segunda colocação em 2020 e 2022.

Com o fim da GTE-Pro, participa do campeonato pela LMGTE-Am pela primeira vez - e com uma equipe privada, a suíça Kessel, que usa as já conhecidas, ao menos para as mãos de Daniel, Ferrari. Até agora, está na sexta colocação de um campeonato controlado pelo pessoal da Corvette. Mas já foi a um pódio, nas 1.000 Milhas de Sebring.

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