5 coisas que aprendemos na sexta-feira do GP do Azerbaijão da Fórmula 1 2025

A Fórmula 1 está no Azerbaijão, pista que marca o início do terço final da temporada 2025, mas que já pode selar o título da McLaren no Mundial de Construtores, caso some em Baku 9 pontos a mais que a Ferrari. Só que o começo do fim de semana foi um pouco mais complicado para Lando Norris e Oscar Piastri, que tiveram de enfrentar contratempos depois de uma primeira sessão de treinos livres em que fizeram dobradinha.

Quem aproveitou a chance de roubar a cena foi a Ferrari, em uma performance no TL2 não tão circunstancial assim. Lewis Hamilton comandou a sessão, com Charles Leclerc em segundo, os dois separados por somente 0s074. A Mercedes veio na sequência, ainda que mais distante, com George Russell em terceiro por 0s4 de diferença, trazendo consigo o colega, Andrea Kimi Antonelli.

Já a Red Bull ficou em sexto, com Max Verstappen até satisfeito com o equilíbrio — questão sempre recorrente com o RB21 —, mas ciente de que vai precisar de bem mais se realmente quiser brigar pela pole-position. Baku possui alguns setores ótimos para o carro taurino, mas não é de alta velocidade como Monza, e isso é um fator que não pode ser desconsiderado.

Na 'F1 B', alguns destaques interessantes, começando pela Haas, que se assanhou para cima de carros que teoricamente andariam muito bem, como a Williams, mas houve espaço também para uma surpreendente Racing Bulls, que soube trabalhar bem com a velocidade de reta para se colocar no top-10. Já a Sauber, de Gabriel Bortoleto, terá um pouco mais de trabalho se quiser bater as rivais diretas e se colocar na briga por mais um top-10.

O GRANDE PRÊMIO separou cinco lições que a sexta-feira de treinos livres em Baku trouxe. Confira:

Ferrari se arma para o combate, mas muita calma nessa hora

Não foi nenhuma novidade ver a Ferrari forte no traçado urbano de Baku. Apesar do trecho manhoso no setor 2, com curvas fechadas e vários pontos cegos, os setores 1 e 3 são mais favoráveis à SF-25 por conta da velocidade em retas. Para completar, os italianos apostaram na configuração da asa traseira usada em Spa-Francorchamps — outra pista de alta do calendário —, mas também trouxeram uma asa dianteira redesenhada, com flaps mais côncavos na parte superior, nas extremidades, para otimizar o downforce justamente na parte mais seletiva do circuito.

O resultado foi uma bela dobradinha no TL2, só que coube a Hamilton a liderança por 0s07 de diferença para Leclerc. A performance rendeu elogios de Frédéric Vasseur, mas o próprio heptacampeão conteve qualquer possível euforia, e ele tem total razão. Sexta-feira sempre traz mais incógnitas do que certezas pelas escolhas de acerto e equipes que optam por não usar todo o mapeamento de motor. Ainda assim, e considerando o fato de que ninguém consegue superar Charles em classificações desde 2021, é um início muito promissor para a Ferrari.

McLaren começa fim de semana que pode dar título com mais problemas que o esperado

A McLaren, por sua vez, precisou ficar uma rodada sem jogar. Depois de um treino livre em que Norris chegou a colocar 1s nos rivais, incluindo Piastri, nos primeiros minutos, a equipe se deparou com mais contratempos que o esperado, a começar pelo australiano no TL1. Claro que Oscar não tomaria tanto tempo assim sem uma explicação minimamente plausível, e a razão foi um problema no motor. A sorte foi que a longa bandeira vermelha atrapalhou o trabalho de todo mundo, e quando a pista foi novamente liberada, Piastri conseguiu completar a atividade.

Foi um alerta, porém, tanto que a McLaren o instruiu a cuidar da unidade de potência. Norris, por sua vez, foi um dos que acertaram o muro no TL2, danificando a suspensão do MCL39. Foram, ao todo, somente sete giros completados e o décimo lugar na tabela de tempos, enquanto Piastri terminou em 12º, 1s atrás da Ferrari. Mas o time de Woking sempre poupa motor sexta-feira, e isso fica ainda mais nítido ao analisar o setor 3, 0s4 mais lentos que a Racing Bulls. Andrea Stella tem razão ao dizer que essa não é a performance real, mas vai ser preciso usar muito bem o TL3 até a disputa pela pole.

Red Bull vai ter de trabalhar muito para colocar Verstappen na briga pela pole

A vida também não foi das mais fáceis nas garagens de Milton Keynes, ainda que Verstappen tenha deixado a pista com a sensação de que a sexta-feira "não correu mal". É um circuito realmente difícil para o RB21, pois, ao contrário de Monza, a parte mais travada faz, sim, muita diferença, ainda que se opte por um carro veloz nas longas retas. A parte positiva foi Max ter afirmado que a equipe conseguiu achar "equilíbrio estável", e esse deve ser o principal ponto de partida para colocá-lo na briga pela pole.

Vai ser preciso, contudo, um trabalho extra para espremer o que der da performance do carro no setor 2, por isso Verstappen também chamou a responsabilidade para si. No TL2, ele tomou quase 0s4 da McLaren na parte seletiva, enquanto a Ferrari foi centésimos mais lenta que os papaias, por isso comandaram o treino. O último trecho também ficou aquém do esperado (0s341 mais lento que o melhor tempo, de Liam Lawson), mas a grande aposta é mesmo o ritmo de corrida. As simulações colocam Verstappen na briga com McLaren e Ferrari, por isso não é exagero dizer que a classificação pode decidir até a vitória.

Racing Bulls e Haas voam nas retas e surpreendem na 'F1 B'

Na chamada 'F1 B', Racing Bulls e Haas usaram com perspicácia a bola de segurança e entregaram nas mãos de seus respectivos pilotos verdadeiros foguetes! Nos mais de 2 km de extensão da reta principal, ninguém foi mais veloz que Lawson e Oliver Bearman. No confronto direto, eles foram 0s2 mais rápidos que Sauber e Williams no setor 3, por exemplo, e isso é muito, considerando que são carros que também gostam de pistas de alta.

Claro que tudo na vida tem um preço, e em Baku foi tomar mais de 0s5 na parte sinuosa. Mesmo assim, a balança pendeu a favor das duas, sobretudo a Haas, que colocou os dois carros no top-10 do TL2, com Bearman pegando o quinto tempo, à frente de Verstappen. Vale lembrar que embora novato, Ollie tem ótimas lembranças do Azerbaijão, pois foi lá que estabeleceu o recorde de liderar todas as atividades de um fim de semana da F2, em 2023. O senão aqui é que ele precisa calcular friamente cada movimento, pois está na berlinda com os 10 pontos na superlicença.

Sauber começa um passo atrás, e Bortoleto apanha um bocado do traçado azeri

A Sauber optou por não levar nenhuma mudança para o Azerbaijão, apostando no carro que a levou mais uma vez aos pontos na Itália. Mas nem mesmo o retão foi capaz de colocar Bortoleto e Nico Hülkenberg no páreo, já que tiveram uma perda de 0s2 no setor 3 em relação a Lawson. Só que o resultado foi pior nos outros trechos, sobretudo o 2, onde tomou 0s7. É, de fato, uma pista que exige algum tipo de compensação em toda a extensão, e isso pesou no confronto direto com Haas, Williams e Racing Bulls.

Bortoleto também abusou do limite e deu algumas escapadas aqui e ali — momento certo para isso, claro, e ele afirmou que foi importante para entender até onde poderia ir. A partir de amanhã, os erros já começam a custar um pouco mais caro, portanto será necessário ao menos uma volta limpa para sonhar com mais um Q3 na classificação.

O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da 17ª etapa da temporada AO VIVO E EM TEMPO REAL, além de classificação e corrida em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. O Briefing chega para analisar após o fim de cada dia de atividades nas redes sociais e na GPTV.

GP do Azerbaijão de F1: veja os horários em Brasil, Cabo Verde, Portugal, Angola e Moçambique:

Sessão	BRA*	CBV	POR ANG	MOZ
Treino livre 3	05:30	07:30	09:30	10:30
Classificação	09:00	11:00	13:00	16:00
Corrida	08:00	10:00	12:00	13:00

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