Diretor da KTM admite reajuste, mas vê futuro na MotoGP: “Estamos aqui para ficar”
Diretor de esportes a motor da KTM, Pit Beirer destacou que recebeu a encomenda pela motor de 850cc e avaliou que ninguém faria esse tipo de investimento para depois descartá-lo
Diretor de esportes a motor da KTM, Pit Beirer sinalizou para a permanência da montadora na MotoGP além da temporada 2026. Mesmo admitindo a necessidade de um controle mais severo de gastos, o dirigente destacou que recebeu a encomenda pelo motor de 850cc e avaliou que não faria sentido produzir o propulsor para a nova era para depois descartá-lo.
Dono da Bajaj, empresa que salvou a KTM da insolvência, Rajiv Bajaj revelou um plano de reduzir drasticamente a força de trabalho da marca de Mattighofen, já que o indiano acredita que a burocracia em excesso é parte do problema da companhia. Os cortes, porém, também afetam o esporte a motor.
Beirer, entretanto, não vê com surpresa as declarações de Bajaj, uma vez que entende que a necessidade de corte é a realidade da KTM.
“Antes de mais nada, não há dúvidas de que Rajiv Bajaj, com um comprometimento pessoal considerável, fez uma contribuição considerável para salvar a KTM. As declarações em relação ao atual cenário de custos simplesmente refletem a realidade”, disse Beirer em entrevista à publicação alemã Speedweek. “O fato é: nós decidimos juntos — e isso aconteceu há muito tempo — encarar as consequências e estruturar todas as áreas de tal forma que a KTM continuasse a existir como uma companhia de sucesso no futuro. Nesse sentido, só posso falar pelo esporte a motor”, seguiu.

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“O ponto crucial é que não abrimos mão da qualidade nos compromissos que assumimos. Queremos ser premium — e podemos continuar sendo no futuro com o orçamento correspondente”, sublinhou.
Recentemente, a KTM se tornou a primeira entre as cinco fabricantes presentes na MotoGP a divulgar o som do novo motor de 850cc, que vai entrar em cena em 2027. O atual acordo de participação, porém, expira no fim do próximo ano. Ou seja, para utilizar o propulsor, a marca austríaca teria de renovar o acordo com a Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade.
“Recebi a encomenda oficial por um novo motor para ser utilizado na nova era da MotoGP. Ninguém aprovaria um motor para depois abandoná-lo”, ponderou. “Estamos na MotoGP para ficar”, assegurou.
Beirer assume, contudo, que mudanças podem ser necessárias para lidar com a nova realidade e cita o Rali Dakar como exemplo.
“Vejam o Rali Dakar, por exemplo. Nossa participação não está em discussão. Faz parte da nossa empresa e vamos continuar. Mesmo assim, reduzimos o número de pilotos de fábrica de oito para três. Isso foi doloroso, mas foi um investimento no futuro da KTM. Agora temos os dois melhores pilotos de rali, além do melhor estreante. Claro que isso torna as coisas mais competitivas, há menos margem para erros, como mostra o exemplo do Dakar, mas nunca foi fácil”, afirmou. “Não é uma questão de virar o modelo de negócios de cabeça para baixo, mas de examinar os custos individualmente. Encaramos isso muito seriamente, mas isso não significa que estamos saindo de qualquer categoria. Tudo o que fizermos precisa ser da mais alta qualidade. Nós todos concordamos nisso”, encerrou.
A MotoGP volta a acelerar entre os dias 7 e 9 de novembro com o GP de Portugal, direto de Portimão, para a 21ª etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.