Embora a Fórmula 1 esteja prestes a encarar mudanças profundas a partir da temporada 2026, Andrea Stella mostrou confiança de que a McLaren conseguirá transferir boa parte dos aprendizados adquiridos nos últimos anos para a nova fase da categoria. No entanto, o chefe do time papaia também deixou claro que será necessário "se reinventar" em determinadas áreas, e, por isso, torna-se difícil prever a posição de cada equipe.
Com 559 pontos somados até aqui no Mundial de Construtores, a escuderia de Woking tem nadado de braçadas na liderança do campeonato. Das 14 etapas disputadas, Oscar Piastri e Lando Norris venceram, juntos, 11 vezes, não dando qualquer chance para Ferrari, Red Bull e Mercedes tentarem sequer sonhar com algo melhor — já que todas estão com mais de 299 tentos de desvantagem em relação aos laranjas.
Além de modificações enormes na questão das unidades de potência, com a parte elétrica passando a representar até 50% da força total — frente aos 20% atuais — e combustível 100% sustentável, a questão aerodinâmica também enfrentará uma verdadeira revolução com o novo regulamento, incluindo o fim do DRS, o retorno da aerodinâmica ativa e a redução significativa do efeito-solo. Desta forma, espera-se uma reorganização da ordem de forças do grid.
Entretanto, Stella mostrou otimismo ao dizer que a McLaren continuará tirando proveito de alguns aspectos das últimas temporadas para ser competitiva em 2026. A questão da boa gestão dos pneus, por exemplo, foi um dos pontos citados pelo dirigente como algo que será possível levar para o novo carro.
"Há algumas coisas que se mantêm, independentemente dos regulamentos técnicos, e espero que isso represente uma boa posição para a McLaren. Uma delas são os fundamentos técnicos, nos quais buscamos eficiência aerodinâmica, interação com os pneus, resfriamento eficiente. Isso é universal", disse em entrevista ao site Motorsport.
"Existe uma parte do know-how que pode ser transferida para o trabalho de 2026, e outra parte que precisa ser reinventada. Agora sabemos como buscar eficiência aerodinâmica nesta geração de carros, mas isso é o resultado de muitos elementos, iterações, uma acumulação de conhecimento", continuou.
"Parte desse conhecimento é relevante para este assoalho, que funciona com efeito-solo, com os defletores e as asas laterais, mas o assoalho do ano que vem será completamente diferente. Então, será preciso gerar esse conhecimento novamente. Desse ponto de vista, não é algo transferível", apontou.
ANÁLISES:
▶️ Piastri esbanja consistência com McLaren e prova que F1 pode ter campeão digno em 2025
▶️ Gasly é oásis de competência para Alpine em situação de barril. E merece mais na F1
▶️ Colapinto inocenta Doohan, mas solução para Alpine passa longe do segundo cockpit
▶️ Ferrari tropeça nas próprias pernas ao fazer firula com carro de 2025 e volta a 2021
▶️ Hamilton vira pôster de desânimo em caixa de cigarro, e Ferrari devolve com fracasso na F1
"Mas alguns aspectos da metodologia — ou de como geramos esse conhecimento —, acho que esses sim são transferíveis. Portanto, as razões fundamentais pelas quais estamos em uma posição forte hoje, acredito que uma boa parte disso poderá ser aproveitada, mas uma certa quantidade será, de certa forma, perdida. E esse será um terreno em que, potencialmente, poderá haver um nivelamento entre as equipes, independentemente de onde estavam em 2025", encerrou o chefe da McLaren.
A Fórmula 1 volta às pistas apenas após o recesso de verão, entre os dias 29 e 31 de agosto, para o GP dos Países Baixos, em Zandvoort.