Fórmula 1

Haas diz que tem "evidências claras" para revisão do GP dos EUA: "FIA tem de agir"

Guenther Steiner, chefe da Haas, afirmou que a equipe conta com evidências claras de desrespeito aos limites de pista durante GP dos EUA

Apesar de estar no passado há mais de duas semanas, o GP dos Estados Unidos voltou à baila nos últimos dias, com a informação de que a Haas entrou com recurso junto à FIA para mudar o resultado. O motivo: uma série de desrespeitos aos limites de pista que passaram ao largo, ignorados pela direção de prova. Guenther Steiner, chefe da equipe, garantiu que tem evidências claras para mostrar.

De acordo com o chefe da Haas, que se diz contra a ideia de punições por limites de pista, é importante que a FIA tome ciência de tudo que a equipe tem documentado e aja em cima disso, sob o risco da regra perder completamente o valor.

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"É somente uma revisão. Há uma regulamentação estabelecida. No fim das contas, os comissários não tinham a informação: claramente, não podiam agir. Entendo isso completamente. Mas a informação existe agora, e veremos o que faz a FIA com isso. Acho que precisa agir, porque, se não for assim, são só regras escritas com as quais não se faz nada. É minha opinião", afirmou à revista inglesa Autosport.

"Respeito totalmente que eles não tinha visto as imagens e, deste jeito, como poderia definir [punições] com certeza? Mas agora as evidências são claras. Queremos apenas trazer o caso à tona, porque senão temos de mudar as regras. Não sou um grande fã dos limites de pista, para ser honesto", continou.

Guenther Steiner fez o protesto junto à FIA (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

"Sou o último a querer punições por limites de pista, mas se há uma regra, precisamos, enquanto esporte, a respeitá-las. É mais o princípio disso que a punição em si", continuou.

Mesmo que o pedido de punição seja a quatro pilotos que terminaram a corrida na frente de Nico HülkenbergSergio Pérez, Lance Stroll, Alexander Albon e Logan Sargeant —, Steiner afirma que não crê que seja algo que vá mudar o destino da temporada da Haas. No momento, o time briga para sair do último lugar do Mundial de Construtores.

"Não acho que as punições farão grande diferença para nossa equipe, olhando onde estamos no momento. Mas, no fim das contas, temos de jogar pelas regras. Não dá para algumas vezes aplicar a regra e algumas vezes, não. A regra está lá e, se você precisar mudá-la, vamos debater. Se você precisa mudar os limites de pista, discuta", continou.

"Mas se está escrito que, se [desrespeitar os limites] quatro vezes você recebe 5s [de punição] e com qualquer ato novo após esses você recebe mais 5s, é o que deveríamos estar fazendo. Como foi feito antes. Não estamos inventando algo novo. Vamos levar o caso a eles, porque têm de ouvir. Há nova evidência", finalizou.

A FIA aceitou o pedido de revisão e marcou uma reunião virtual com Williams, Aston Martin e Red Bull, além da Haas, para a próxima quarta-feira, 8 de novembro.

Sergio Pérez será acertado com gigante punição nos EUA, se Haas obtiver sucesso (Foto: Red Bull Content Pool)

Entenda o caso

A questão dos limites de pista, que já foi uma dor de cabeça para a Fórmula 1 em etapas como Áustria Catar, voltou a aparecer nos EUA. De acordo com os sensores, 35 incidentes relacionados à regra foram identificados, mas apenas Alexander Albon foi punido, com 5s.

A questão é que a Haas analisou as câmeras onboard de todos os carros que disputaram a etapa americana e encontrou um número muito maior de infrações, o que motivou a equipe a buscar uma apelação junto à entidade. Vale lembrar que, após o fim da corrida, imagens do RB19 de Sergio Pérez indicaram que o mexicano também passou por fora dos limites na curva 6 cerca de 21 vezes.

Ainda segundo o time americano, três outros pilotos também escaparam ilesos: Logan Sargeant deveria ter recebido três penalidades de 5s, Lance Stroll outras 19 de 5s, e Pérez, na avaliação da Haas, incríveis 22 punições de 5s. E Albon deveria ter recebido outros 15s de punição, totalizando 20s ao fim da corrida. Por isso, a FIA enviou um comunicado para Williams, Aston Martin e Red Bull comparecerem a uma reunião por vídeochamada.

Segundo o diretor de prova Niels Wittich, a qualidade das imagens produzidas pela câmera da curva 6 dificultou a análise da FIA, e não foi possível definir claramente se os pilotos excederam os limites naquele ponto.

Caso o protesto da equipe seja aceito, a ordem da classificação final ficaria da seguinte forma: Max VerstappenLando NorrisCarlos SainzGeorge RussellPierre GaslyYuki TsunodaNico HülkenbergValtteri BottasLogan Sargeant e Pérez.

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