FIA impõe multa de até R$ 5,3 milhões por punições e choca pilotos: "É ridículo"
A possibilidade de uma multa de € 1 milhão (R$ 5,3 milhões) provocou choque entre os pilotos, nesta quinta-feira (19), véspera do GP dos Estados Unidos de F1. A FIA decidiu quadruplicar o valor máximo das multas que os comissários de prova podem aplicar por violações durante os finais de semana de corrida
Os pilotos da Fórmula 1 expressaram preocupação e choque com a decisão da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em aumentar consideravelmente o valor máximo de multa que os comissários de prova podem aplicar em punições após violações do regulamento. A entidade que rege o esporte confirmou a mudança nesta sexta-feira (19), após reunião do Conselho Mundial.
De acordo com o comunicado da FIA, o limite máximo passou de € 250 mil (R$ 1,3 milhão) para € 1 milhão (aproximadamente R$ 5,3 milhões), porque "este valor não foi revisado e nem alterado pelo menos nos últimos 12 anos e não reflete as necessidades atuais do automobilismo".
A iniciativa provocou opiniões diversas no grid, algumas mais veementes, como a de Kevin Magnussen. O piloto da Haas afirmou que o "número parece ridículo". Enquanto isso, Charles Leclerc, da Ferrari, entende que a sanção é exagerada. "Não tenho ideia do que merece uma multa de € 1 milhão", disse o monegasco, ao conceder entrevista em Austin, onde a F1 está para o GP dos EUA. "Quero dizer, alguns pilotos ganham muito menos do que isso. Então é muito dinheiro."
Max Verstappen, por sua vez, lembrou do incidente do GP de São Paulo de 2021, quando foi multado por "tocar e examinar" a asa traseira do carro de Hamilton. "Se tocar numa asa traseira custa € 50 mil, então gostaria de saber quanto é € 1 milhão", brincou o tricampeão.
Segundo a FIA, a ideia é que os altos valores sirvam como um alerta e que possam impedir infrações flagrantes e perigosas de equipes e pilotos. O órgão ainda informou que o dinheiro será direcionado ao financiamento de programas para o desenvolvimento do automobilismo. No entanto, ainda há dúvida sobre que tipo de violação pode levar ao valor máximo.
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Ainda assim, Lewis Hamilton foi além e questionou o destino dos valores, bem como a intenção da entidade. "Precisamos pensar na mensagem que será enviada para quem está assistindo. Se eles vão multar em € 1 milhão, é necessário garantir que 100% seja destinado a uma boa causa."
"Há muito dinheiro nesta indústria e há muito mais que precisamos fazer em termos de criação de melhor acessibilidade e diversidade. Essa é a única maneira de conseguirem esse dinheiro de mim."
O piloto da Mercedes foi multado em € 50 mil no GP do Catar por ter cruzado a pista após o acidente com George Russell ainda na largada. Mais tarde, a FIA ainda informou que pretendia revisar o incidente.
Fernando Alonso seguiu a mesma linha do inglês ao falar sobre o caso. "Parece inadequado. É a primeira vez que ouço isso [a informação], então preciso entender melhor, mas estamos em um esporte que já é considerado muito elitista, muito fechado. Estamos levantando alguns temas sobre sustentabilidade, meio ambiente, todos nós estamos tentando fazer nosso esporte mais acessível para todos, então quando você coloca esses números grandes ou algo parecido, parece não estar certo."
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 20 e 22 de outubro, em Austin, com o GP dos Estados Unidos, o primeiro da última perna tripla da temporada. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.