Foi preciso 16 corridas para Fernando Alonso enfim manifestar publicamente descontentamento com uma decisão da Aston Martin na temporada 2023 da Fórmula 1. Mas o espanhol preferiu minimizar a acusação de ser "jogado aos leões" após o primeiro pit-stop, admitindo, no entanto, que "ficou chateado" com a estratégia.
Alonso parou bem cedo no GP do Japão, disputado no último domingo (24), para trocar pneus e não poupou críticas à equipe pela chamada antecipada. O espanhol acabou voltando à pista no meio do tráfego e sofreu para recuperar posições por conta da deficiência do AMR25 em velocidade de reta.
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Após a prova, Alonso não escondeu a frustração. "Fiquei chateado porque acho que a primeira parada foi muito cedo. Não discuti. Sabia que tínhamos parado muito cedo. E isso não é um problema. Às vezes, você se dá bem", avaliou Fernando.
"Acho que fomos mais rápidos do que pensávamos, em termos de ritmo. Estava atrás das Ferrari, à frente de [Lewis] Hamilton, sem muita pressão. Paramos na volta 12, creio que para cobrir [Yuki] Tsunoda, o que foi uma surpresa. Desse pit-stop em diante, a corrida foi muito longa, certamente. Talvez isso tenha sido um erro, mas é fácil falar agora. Acho que oitavo seria o resultado final, depois das equipes de ponta. Portanto, não mudou muito a nossa corrida", completou.
O que mais chamou atenção foi a explosão de Alonso pelo rádio: "vocês estão me jogando aos leões", e o #14 admitiu que após 16 corridas, uma crítica mais direta seria inevitável.
"Claro. Acho que tínhamos dois jogos de pneus duros e as Ferrari, apenas um. Tentamos antecipar o primeiro stint, a primeira parada, forçá-los a parar mais cedo. Então entendo a estratégia. Mas quando você tem um carro muito lento nas retas e é jogado no tráfego, pode haver um acesso de raiva e você perder o ímpeto. Aconteceu hoje, mas estou perfeitamente bem", garantiu, argumentando, ainda, que o recorte do áudio mostrado na transmissão foi "o clássico rádio da FOM completamente fora de contexto".
"Bem, não estou com raiva", assegurou. "Não sei exatamente o que os outros pilotos falam quando estão atrás de um carro mais lento e em reta, abrindo distância mesmo quando você aciona o DRS. Talvez eles digam: ‘Estou feliz por estar aqui e ficar para trás’", ironizou.
"Mas prefiro ser motivado a ultrapassá-los. Na pista, como disse, era mais lento mesmo com o DRS aberto. Então pedi uma estratégia diferente, paramos e vencemos [os rivais diretos]. Então é assim que funciona. Batemos todos na pista, mesmo que o rádio seja o destaque", concluiu Alonso.
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 6 e 8 de outubro, para a disputa do GP do Catar, e o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.