Entenda por que federação do México culpou Lawson por incidente com fiscais
A OMDAI, representante da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na América do Norte e no Caribe, culpou Liam Lawson pelo incidente com os fiscais de pista no GP da Cidade do México
Uma das cenas mais chocantes e preocupantes do GP da Cidade do México de Fórmula 1, realizado no último domingo (26), aconteceu logo nas primeiras voltas, quando Liam Lawson dividiu a curva 1 com fiscais, que atravessavam a pista depois de recolherem detritos que estavam na parte externa do traçado. No entanto, apesar do susto que o piloto levou, um relatório que veio à tona nesta quarta-feira (29) apontou o dedo para o titular da Racing Bulls.
A OMDAI, entidade representante da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na América do Norte e no Caribe, explicou que Lawson deveria ter desacelerado ao se aproximar da curva 1 por conta da presença de bandeira amarela dupla no setor. O #30 estava retornando dos boxes depois de fazer reparos por conta de um toque com Carlos Sainz na largada.
Esse toque, inclusive, foi o responsável pelos detritos na pista que forçaram a entrada dos fiscais na curva 1. Na volta do pit-lane, o piloto foi informado pela Racing Bulls e por sinalização visual sobre o perigo que estava presente no trecho à frente, de acordo com o relatório emitido pela OMDAI.
“Como resultado do contato ocorrido na chegada à curva 1 entre Carlos Sainz e Liam Lawson, várias partes do carro se soltaram, deixando detritos espalhados pela pista, o que exigiu a intervenção dos fiscais para removê-los e, assim, garantir a segurança dos demais pilotos na corrida”, explicou o extenso relatório.
“Lawson entrou nos boxes na volta 3 para reparar os danos no carro. Durante esse período, os fiscais recolhiam os destroços espalhados como consequência do incidente. Ao retornar à pista, Lawson se deparou com o painel 3 exibindo bandeiras amarelas duplas. A equipe alertou o piloto pelo rádio, e o posto de fiscalização também agitava bandeiras amarelas duplas físicas, indicando a presença de perigo e de pessoas trabalhando no circuito”, detalhou a OMDAI.
“De acordo com o Anexo H do Código Esportivo Internacional da FIA, Artigo 2.5.5, o significado desse sinal é: ‘Reduza significativamente a velocidade, não ultrapasse e esteja preparado para mudar de direção ou parar. Há um risco bloqueando total ou parcialmente a pista e/ou fiscais trabalhando na pista ou ao lado dela’”, seguiu.
“Deve-se observar que a Racing Bulls informou ao piloto que havia detritos na pista e que esse trecho estava sob bandeira amarela dupla, motivo pelo qual deveria ter cuidado extremo ao passar pela área. Portanto, naquele momento, o piloto deveria ter reduzido significativamente a velocidade, evitado ultrapassagens e se preparado para parar, se necessário, em conformidade com os regulamentos de segurança vigentes”, comentou a OMDAI.
Liam chegou a se assustar com os fiscais ao passar pelo local. “Cara, que merda! Meus Deus, vocês estão de brincadeira? Você viu isso?”, indagou ao engenheiro de corrida, Ernesto Desiderio, que respondeu: “Sim, eu vi. Parabéns por evitar isso”.
“Meu Deus, cara. Eu poderia ter matado eles!”, completou Lawson, ainda incrédulo com a cena.

No entanto, para a OMDAI, Lawson não cumpriu o que era esperado de um piloto ao observar bandeiras amarelas duplas em um setor. O relatório segue detalhando que o neozelandês seguiu o traçado normal e não obedeceu a sinalização da pista.
“Na análise da sequência captada pela câmera onboard do carro, é possível ver que o piloto Liam Lawson, ao se aproximar da curva 1, começa a fazer o traçado normal de corrida, momento em que a presença dos fiscais de pista é claramente visível enquanto realizavam o procedimento de coleta dos destroços deixados após o contato anterior”, analisou o relatório.
“A proximidade do carro em relação à área de trabalho mostra que os fiscais ainda estavam ativos dentro da zona de risco, desempenhando tarefas de limpeza e segurança na pista”, continuou.
“As imagens mostram claramente que o piloto Liam Lawson mantém o ângulo do volante ao fazer a curva 1, sem alterar a trajetória, mesmo com os fiscais atravessando a pista para retornar ao posto. Essa ação ocorreu enquanto ainda havia pessoas trabalhando na área, o que demonstra que o piloto não modificou a linha de corrida, apesar da presença evidente de fiscais na pista”, acrescentou a OMDAI.

Com a entidade apontando o dedo para Lawson, a autoridade nacional esportiva (ASN) sugeriu que o piloto só viu a bandeira verde no painel 4, já na curva 2. Ou seja, o titular da Racing Bulls passou pela área de risco antes de chegar ao setor que já estava seguro.
“Portanto, a pista só é considerada completamente limpa e segura quando o piloto passa pela bandeira verde, que marca o fim do setor afetado pelo incidente e o retorno às condições normais de corrida”, concluiu o relatório.
Vale destacar que o relatório da OMDAI não pode ser entendido como uma conclusão oficial da FIA. A entidade internacional declarou que abriu uma investigação sobre o caso após a corrida, mas até o momento nenhuma decisão foi divulgada.
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