Andretti se aproxima de aval da FIA para entrar na F1. Mas equipes seguem resistentes
A oposição à entrada da equipe norte-americana se dá, sobretudo, por que as atuais equipes do grid acreditam que valorizaram demais após a assinatura do Pacto da Concórdia em 2020
A Andretti está perto de avançar a primeira etapa de aprovação da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para ser a 11ª equipe do grid da Fórmula 1 em 2025 ou 2026. Caso a equipe norte-americana consiga mesmo a anuência da categoria na próxima semana, o assunto irá para Stefano Domenicali que, como detentor dos direitos comerciais, deve promover um debate mais aprofundado e que pode levar mais tempo.
As inscrições para novos times estão em aberto há vários meses e é público que as equipes do grid se colocam em oposição à entrada de Michael Andretti devido ao impacto nos atuais modelos de negócio da F1. De acordo com o Pacto da Concórdia negociado em 2020, qualquer novo participante deverá pagar uma taxa de diluição de US$ 200 milhões (cerca de RS 972 milhões de reais na cotação atual).
Desse valor, cada equipe recebe um montante de US$ 20 mi (R$ 97,2 mi), que cobriria supostas perdas em dinheiro geradas pela adição de um novo time extra. A questão é que o valor foi informalmente influenciado pelo custo anterior de uma equipe - a Williams, na época vendida a Dorilton Capital -, e por isso, esse custo estaria desatualizado e, consequentemente, não seria o suficiente para os dez atuais do grid.
Questionado sobre a entrada da Andretti estar mais perto de ser confirmada, o chefão da Mercedes, Toto Wolff, acredita que se deve proteger o esporte e as decisões certas devem ser tomadas em conjunto. "Essa é a razão pela qual a F1 e as equipes sobreviveram nos últimos anos. Estamos crescendo e, por isso, acredito que Mohammed Ben Sulayem e Domenicali tomem a melhor decisão".
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Zak Brown, da McLaren, aponta que os valores de compensação devem ser debatidos antes de uma nova equipe ser aprovada. "Nossa opinião permanece inalterada. O valor de uma equipe de F1, em relação ao que era cinco anos atrás, hoje vale muito mais e por isso acho que precisa haver uma discussão coesa".
Guenther Steiner, da Haas, corroborou com as palavras de Wolff sobre a Andretti fazer parte do grid. "Colocamos nossa fé na FOM, as equipes valem muito mais desde o Pacto da Concórdia em 2020, o mercado mudou. Tenho certeza que Stefano sabe como lidar com isso no melhor interesse", falou o italiano.
Alessandro Alunni Bravi, da Alfa Romeo, também destacou que o aspecto financeiro deve ser levado em conta e que a nova equipe deve agregar valor à comunidade da F1. "Precisa ser um projeto sólido, não apenas para cinco anos, mas a longo prazo. Qualquer nova entrada precisa reconhecer nosso valor e todos os investimentos que vêm sendo feito pelas equipes atuais", analisou.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Singapura, em Marina Bay, 15ª etapa da temporada 2023. No sábado e no domingo, classificação e corrida também contam com transmissão em SEGUNDA TELA, NA GPTV, EM PARCERIA COM A VOZ DO ESPORTE. Os horários da sexta-feira se repetem no sábado, com TL3 às 6h30 (de Brasília, GMT-3) e classificação marcada para as 10h. Por fim, no domingo, a largada acontece às 9h.