Alain Prost não poupou críticas ao momento da Alpine na temporada 2023 da Fórmula 1. O time francês promoveu uma grande revolução nesta sexta-feira (28) ao anunciar a demissão do chefe de equipe, Otmar Szafnauer, além de confirmar as saídas do diretor-esportivo Alan Pérmane e o executivo-técnico Pat Fry, com efeito imediato: após o GP da Bélgica deste fim de semana.
Semanas atrás, a Renault confirmou também a saída do CEO Laurent Rossi da marca. Ele será substituído por Philippe Krief. A montadora comunicou que Rossi seguirá entre os franceses, agora focado em projetos especiais ligados com a transformação do grupo.
A dança das cadeiras é fruto de um desempenho medíocre com os 47 pontos e o sexto lugar no Mundial de Construtores. Em entrevista ao L'Équipe, o tetracampeão analisou que o momento da equipe é desapontador. "Amo essa equipe, e vê-la nesse estado hoje me entristece. Ela merece algo melhor e tem todas as qualidades para conseguir. Acredito apenas que é preciso olhar para a história e entender o erro", falou.
Alain aponta que, para um projeto funcionar na F1, não precisa de uma receita muito mirabolante: estrutura simples, construída em torno de três ou quatro personalidades fortes e um piloto campeão. "No meu tempo de Renault, ouvi diversas vezes na sede que a Fórmula 1 era um esporte simples. O que se mostrou um erro".
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Sobre o antigo CEO, as críticas foram ainda mais fortes. Para Prost, Rossi sofre do efeito Dunning-Kruger - viés na qual pessoas com baixa qualidade em uma tarefa superestimam sua habilidade - além de chamá-lo de líder incapaz.
"Aquele que foi o chefe da Alpine por 18 meses acreditou ter entendido tudo desde o início, quando na verdade se enganou completamente. Seu gerenciamento quebrou o ímpeto que havia sido estabelecido desde 2016 para alcançar esses pódios e essa vitória."
O sucesso da Renault na Fórmula 1, na visão de Alain, foi permeado por Flavio Briatore e Fernando Alonso, com o apoio de uma administração que tomava decisões rápidas. Por isso, a incompetência da gestão de Laurent incomodou demais o ex-piloto, que espera que as mudanças surtam efeito imediato.
"Ele [Rossi] pensa poder superar sua incompetência através de sua arrogância e falta de humanidade em relação a suas tropas. Agora, é preciso esperar que a decisão tomada seja um choque benéfico para a equipe", analisou.
Alain Prost foi piloto da Renault entre 1981 e 1983, disputou 46 GP's pela equipe, com nove vitórias, dez poles e 17 pódios, antes de partir para a McLaren. Em 2015, retornou à escuderia em papel de consultor e embaixador, antes de ser promovido a diretor não-executivo em 2019 e foi consultor da Alpine até 2021.
A Fórmula 1 volta neste final de semana, entre os dias 28 e 30 de julho, para a disputa do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2023 AO VIVO e em TEMPO REAL. Sábado e domingo, ainda tem a transmissão em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, no canal 1 do GP no YouTube.